A Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco, é o principal acesso de saúde pública dos povos indígenas do estado. Em 15 de julho, as técnicas do Departamento de Projetos se reuniram com o assessor técnico do Núcleo das Populações Prioritárias e Vulneráveis da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Vanderson Brito, para dialogar e alinhar os atendimentos oferecidos para as comunidades indígenas. A ação pretende aperfeiçoar os serviços na assistência médico-hospitalar entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e a Fundhacre.
Na Fundhacre, somente em 2020, o Núcleo Indígena registou mais de 764 atendimentos. Em 2021, de janeiro a maio, a Fundação Hospitalar realizou 206 consultas, 44 internações e 352 exames destinados à saúde indígena.
A unidade tem aproximado o diálogo com os membros da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) para integrar um acolhimento diferenciado, tendo em vista a proteção, promoção e recuperação da saúde das comunidades indígenas, bem como promover um melhor acesso e a acessibilidade ao Sistema Único de Saúde.
“A Sesacre está buscando se aproximar tanto dos usuários quanto dos profissionais e gestores, a fim de dar a eficácia máxima à Saúde no estado. A saúde indígena caminha alinhada com a gestão em um movimento de humanização, capacitação e sensibilização quanto ao atendimento de pacientes indígenas, articulação com os núcleos municipais de Saúde e com a Sesai”, disse Vanderson Brito.
Depois da reunião, os profissionais da saúde saíram em visita às enfermarias da unidade, com o objetivo de traçar planos para uma futura adaptação estrutural, para melhor acomodar os pacientes indígenas, levando em consideração as particularidades culturais. Assim, a fixação de armadores de redes, uma decoração com motivos característicos da cultura também propiciam o bem-estar dos pacientes, como convém a um sistema de saúde humanizado.
Serviço na Fundhacre
Os serviços assistenciais, clínicos e cirúrgicos da unidade hospitalar buscam desenvolver melhor assistência para a saúde dos povos indígenas, bem como buscar uma integração de medidas e ações que viabilizem observar as especificidades étnicas e culturais das comunidades.
Nesta segunda, 2, a Fundhacre, o paciente Denis Pereira Brasil passou por um ultrassom cervical. O exame faz parte dos atendimentos de rotina, e é um dos inúmeros que são realizados na unidade. A mãe do paciente faz parte da Aldeia Camicuã, que fica em Boca do Acre.
“A saúde do Estado está buscando atender os anseios da população e tem feito inúmeras observações sobre os atendimentos na unidade. Estamos alinhando os objetos para dar uma resposta para os usuários do Sistema Único de Saúde, sobretudo, para os nossos pacientes indígenas que precisam de uma atenção especial”, enfatizou o presidente da Fundhacre, João Paulo Silva.
No dia do atendimento, Denis relatou o que sentira antes complementando com a fala da mãe, Claúdia Brasil, que relatou os nódulos no pescoço do adolescente.
Com o devido histórico clínico e aferição do exame, o resultado foi normal, a região que apresentava nódulos foi constituída por causa de alguma infecção, “o que formou linfonodos superficiais, que são gânglios linfáticos, próximo ao queixo. O exame de imagem mostrou que os nódulos não são malignos”, disse o radiologista da Fundhacre, Carlos Cesar Silvestre.