O período de cheia dos rios acende um alerta importante para alguns cuidados com a saúde. Com o sobe e desce dos mananciais, além do risco de doenças de veiculação hídricas, outra preocupação são com animais silvestres, como jacarés, e peçonhentos, a exemplo de cobras, aranhas e escorpiões, que costumam buscar abrigo em áreas urbanas refugiando-se em quintais e residências.
O governo do Estado alerta que, com a subida dos rios e igarapés, devido ao volume maior de chuvas, comum no primeiro semestre do ano, o nível da água se eleva e com isso os animais que habitam esses locais seguem o percurso natural, passando a ter acesso às margens mais próximas das casas.
“Neste período de cheia o risco aumenta para acidentes com animais peçonhentos. Em casas muito próximas a matas, rios e igarapés, é possível que jacarés e cobras busquem abrigo nesses locais. Portanto, o cuidado deve ser redobrado, especialmente com animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões, que costumam buscar locais secos e quentes para se proteger das enchentes e acabam se tornando um perigo, principalmente para crianças. A primeira coisa é evitar ao máximo ficar nesses locais de alagamento, além do contato com a água contaminada”, destaca o major Cláudio Falcão, da Defesa Civil Estadual.
Ainda de acordo com o major, alguns moradores optam por abandonar as áreas alagadas antes do ápice da cheia. Já outros, mesmo com o isolamento por conta das águas, insistem em ficar em casa, onde mora o perigo, especialmente para as crianças, que são mais vulneráveis.
“Geralmente, os locais preferidos desses animais de pequeno porte, como aranha e escorpiões, além de algumas serpentes, são sapatos, travesseiros e roupas. Por isso, sempre que for fazer uso, é bom se certificar que não tenha nenhum animal escondido. Inspecionar a cama, lençóis e travesseiros é outra dica importante. Nesse período, é comum em bairros mais periféricos, que crianças brinquem em ruas alagadas, o que é extremamente perigoso”, alerta.
Para evitar riscos à saúde, a Sesacre orienta:
O período de incubação da leptospirose, que é transmitida por roedores domésticos, vai de 1 a 30 dias após o contato com o agente infeccioso, e os sintomas variam desde febre alta, dor de cabeça e dores musculares até quadros mais graves. Ao apresentar alguns desses sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima.
É preciso evitar o contato com a lama que fica das enchentes, altamente infectante. Use sempre luvas e botas.
Em bairros alagados, é necessário limpar e desinfetar os reservatórios de água mesmo quando não atingidos pela enchente, já que a rede de fornecimento de água pode apresentar vazamentos e contaminá-los.
A ingestão de água contaminada acarreta risco de contração de hepatite A ou diarreias.
Na limpeza de entulhos e do lixo doméstico, é preciso tomar cuidado com animais peçonhentos – como aranhas, cobras e escorpiões –, que, com a enchente, são desalojados de seu habitat.