O Rio Acre ultrapassou a cota de transbordamento e na medição realizada ao meio dia deste sábado, 23, o volume de águas registrou 14,03 metros. Governo do Estado e Prefeitura de Rio Branco já estão em alerta permanente numa ação de esforços concentrados para garantir o melhor atendimento possível nesta situação.
O grande volume de chuvas que caiu sobre o estado nos últimos dias se refletiu no nível do Rio Acre. O comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Gundin, explica que as águas que estão em Assis Brasil estão descendo em direção a Rio Branco, passando por Brasileia e Xapuri, numa previsão de mais cheia na capital acreana.
Com a cota de transbordamento atingida, e dentro desta perspectiva de subida no volume das águas nos próximos dias, a Defesa Civil Municipal e Estadual começam na tarde deste sábado a visitar as famílias na tentativa de conscientizar para que se antecipem e deixem suas casas.
O Parque de Exposições já está preparado com 112 boxes para atender as primeiras famílias que serão retiradas. Os primeiros bairros atingidos são Airton Sena e Baixada da Habitasa. A sala de situação passa a se reunir em alerta permanente. Neste primeiro momento ela é formada pelo Gabinete Militar, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Meio Ambiente, Defesa Civil Municipal, Defesa Civil Estadual, Secretaria de Segurança, Polícia Civil, Universidade Federal do Acre e Casa Civil.
Num trabalho da Sema em parceria com a Agencia Nacional das Aguas (ANA) e Ufac, foram instaladas estações de monitoramento hidrometereológicas do nível do Rio Acre, que é medido a cada quinze minutos. “Isso nos permite tomar decisões mais rápidas e precisas”, disse o secretário de Meio Ambiente, Edgard de Deus.
As estações são equipamentos modernos e que se utilizam da tecnologia para monitorar o nível das águas. Elas estão sendo instaladas principalmente ao longo do Rio Acre. Para instalar a última estação o professor e pesquisador da Ufac, doutor Foster Brown, passou dez dias subindo o Rio Acre com uma equipe da Sema.
“São equipamentos que nos fornecem informações para que em alguns casos possamos nos antecipar em relação às providências a serem tomadas. Agora precisamos nos preparar e entender que é preciso discutir uma nova defesa civil, a do século 21, pois estas situações não são mais isoladas e serão cada vez mais frequentes. Como nos comportaremos daqui pra frente? As estratégias precisam mudar”, observou o pesquisador.
O governador Tião Viana aceitou a orientação e solicitou a organização de um painel para montar uma estratégia estadual de Defesa Civil. Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel George Santos, as primeiras providências já foram tomadas, há um alerta em relação às famílias atingidas. “Vamos tentar retirá-las, principalmente para a casas de parentes, antes que a previsão se confirme e estas águas cheguem até Rio Branco. É certo que o nível do Rio Acre vai continuar subindo porque esta água que está em Assis Brasil tem que passar por aqui”, explicou.