Registro de empreendedores individuais supera expectativas

Acre ultrapassa estimativa e registra 4.183 microempresas

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Legalizar o empreendimento, o que parecia um sonho distante está bem mais próximo da realidade do que muitos pequenos comerciantes e prestadores de serviços poderiam imaginar (Foto: Angela Peres/Secom)

Há 17 anos cortando cabelos, Francisco Adaiton Martins, dono de um salão de nove metros quadrados no Mercado Municipal Aziz Abucater, nunca imaginou que legalizaria o pequeno negócio e um dia teria, além de um CNPJ, uma conta bancária empresarial.

O que parecia um sonho distante e inacessível está bem mais próximo da realidade do que muitos pequenos comerciantes e prestadores de serviços poderiam imaginar. Legalizar o empreendimento, ter acesso a benefícios e direitos como a aposentadoria e o salário-maternidade era um privilégio que não pertencia ao mundo dos pequenos empreendedores.

“Há oito meses eu fiz o cadastro de empreendedor individual e já melhorou muita coisa. Minha conta no banco agora é diferente, eu posso comprar produtos direto da fábrica e eu sei que vou ter amparo quando me aposentar ou se ficar doente. As vantagens são grandes e a gente paga pouca coisa por mês. Vale a pena”, disse o barbeiro.

Pipoqueiros, cabeleireiros, manicures e tantos outros profissionais autônomos não tinham horizontes quando pensavam em se aposentar. Através dos mecanismos do Empreendedor Individual, uma categoria que permite uma contribuição mensal de pouco mais de R$ 50, empreendedores como Adailton agora têm um número na Inscrição Estadual e fazem parte do mercado formal.

As boas notícias não param por aí. Em todo o Brasil o registro de formalização de empreendedores individuais já ultrapassa a marca de um milhão e o Acre foi um dos Estados que ultrapassou as metas e superou as expectativas do governo federal. A estimativa era de que fossem registrados mais de 2,7 mil empreendedores, mas o Estado chegou a 4.183 registros.

Tião Viana criou secretaria para incentivar empreendedorismo

De acordo com dados do Sebrae levantados numa pesquisa que aponta o perfil do empreendedor individual acreano, o Acre lidera o grupo de empreendedores individuais com idade entre 18 e 20 anos (4,54%). As mulheres também são mais dispostas a empreender. O secretário de Pequenos Negócios (Sepen), pasta criada pelo governador Tião Viana, José Reis, confirma que cerca de 80% do público da secretaria é de mulheres. “Elas são mais engajadas e têm mais pique para iniciar algo novo”, declarou.

A secretaria nasceu para identificar pequenos empreendedores, como pipoqueiros, vendedores de churrasquinho, manicures e outros autônomos, e ajudá-los a entrar para a formalidade, mostrando as vantagens e benefícios. Quem tem potencial para um negócio e pode se emancipar economicamente através de um empreendimento também  é alvo da Sepen.

Quem já é empreendedor a Sepen, segundo Reis, tem o papel de orientar e ajudar esse pequeno negócio a se tornar uma microempresa. “Nós acreditamos que fomentar pequenos negócios seja uma forma de emancipar as pessoas para que elas tenham uma fonte de renda. Estamos aqui para preparar esses empreendedores com as informações necessárias para a gestão de um negócio e prestar uma assessoria até que eles sejam capazes de caminhar sozinhos, sem a ajuda do Estado”, explicou Reis.

É o que está acontecendo no bairro Caladinho, uma área periférica da capital. Lá o governo do Estado iniciou um curso que durou 10 domingos (a data foi escolhida pela comunidade) e onde 50 moradores aprenderam os primeiros passos sobre empreendedorismo, com o apoio do Sebrae. Agora a secretaria está licitando os materiais e equipamentos necessários para que eles possam iniciar o negócio e a consultoria vai se estender por dois anos, para garantir que eles não façam parte das estatísticas: boa parte dos pequenos negócios fecha as portas nos primeiros meses e outra parte não dura dois anos.

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