Região do Rio Croa avança na elaboração do plano de turismo

A beleza natural é um grande apelo da região (Foto: Onofre Brito)
A beleza natural é um grande apelo da região (Foto: Onofre Brito)

A região do Rio Croa em Cruzeiro do Sul, por sua beleza natural, por sua biodiversidade preservada, por sua histórica cultura ayahuasqueira, tem um enorme potencial turístico, e já tem atraído muitos visitantes nos últimos anos.

Nesta quarta-feira, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Secretaria de Turismo e Lazer (Setul) o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais do Acre (IMC) enviaram representantes à região para a segunda fase de conversações com a comunidade local para elaborar um plano de desenvolvimento do turismo e do plano de uso dos recursos da região, já que ali é uma área de conservação.

A própria comunidade pediu o apoio do governo do estado e sugeriu como gastar o recurso do convênio (Foto: Onofre Brito)
A comunidade pediu apoio ao governo e sugeriu como gastar o recurso (Foto: Onofre Brito)

O governo do Acre, cujo interesse é o desenvolvimento sustentável do estado, está apoiando a comunidade por meio de um convênio assinado entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Associação dos Seringueiros e Agroextrativistas da Bacia do Rio Croa (Asaebrical), no valor de R$ 80 mil para organizar e fortalecer a atividade turística.

No encontro foi discutida a melhor forma de investir o recurso em treinamento de guias turísticos, barqueiros, consultorias, abertura de trilhas e regulamentação para instalação de hospedarias, restaurantes e outros estabelecimentos.

Redução de carbono

Rosinha Benjamim: “Preservando sua floresta, a comunidade do Croa presta um serviço ambiental” (Foto: Onofre Brito)
Rosinha: “Preservando a floresta, a comunidade presta um serviço ambiental” (Foto: Onofre Brito)

Os recursos para o convênio assinado com o Croa são provenientes de um contrato assinado em 2012 entre o governo alemão que criou um programa denominado REDD for Early Movers visando remunerar estados ou países que já tivessem programas pioneiros de redução de emissões de gás carbônico (CO²) na atmosfera e o Estado do Acre.

Segundo Rosinha Benjamim, gestora de Informação do IMC, a comunidade do Croa, a partir do momento em que assinou o convênio, compromete-se em dar o retorno. “Deixando de queimar, de desmatar e preservando esta floresta maravilhosa a comunidade está prestando um serviço ambiental e isso tem um valor. Com este tipo de iniciativa, o governo consegue reduzir as emissões de carbono no estado e é remunerado através do contrato assinado com o governo alemão”, disse.

Ela explicou que no ano passado o Acre conseguiu a redução de 10% no desmatamento no estado, fruto do esforço do governo, por meio do Sistema de Incentivo aos Serviços Ambientais (Sisa), que envolve, além do IMC, várias secretarias. Os serviços ambientais se dão não apenas na área de floresta, mas também com as boas práticas em atividades produtivas em áreas já desmatadas.

Outras atividades

Davi Nunes de Paula: “Além do turismo, a região tem potencial para extração de óleos” (Foto: Onofre Brito)
Davi de Paula: “Além do turismo, há potencial para extração de óleos” (Foto: Onofre Brito)

Segundo um líder da comunidade do Croa, Davi de Paula, membro fundador da Asaebrical, a região do projeto de assentamento sustentável do Croa tem cerca de 13 mil hectares, onde vivem 207 pessoas, em 54 famílias.

Além do turismo, a região tem potencial para produção de óleos, especialmente de murmuru, além de essências florestais medicinais. Uma antiga iniciativa local denominada “medicina da floresta” está sendo reativada.

O presidente da Asaebrical, Edelson Silva, nasceu no Croa, filho de um dos primeiros moradores da região e construiu ali a primeira pousada, que até hoje funciona e pode abrigar até 30 pessoas. “Lutamos e sofremos muito aqui. Hoje estamos recebendo uma resposta muito positiva com o apoio para formular o plano de uso e o plano de desenvolvimento do turismo”, relatou.

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