Instituição que integra o Pacto Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher é lançada em Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul
Quando uma mulher sofre violência, há um grande abalo psicológico, físico e estrutural e muitas vezes ela não sabe o que fazer nem para onde ir – se vai para a delegacia ou se esconde do marido, se leva os filhos ou se vai para o pronto-socorro. Para dar apoio e padronizar um atendimento para uma mulher nessa situação, foi lançada na última semana a Rede Reviver do Juruá, que combate a violência doméstica e sexual.
Em março de 2010, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) realizou uma oficina para a construção do fluxo de atendimento à mulher, criança e adolescente da regional do Juruá.
Profissionais de diversas áreas fizeram desse um processo democrático, na qual desenvolveram a logomarca da Rede, e, sendo eles apropriados do conhecimento dos dispositivos locais, construíram os fluxogramas de atendimento e o plano de ação da rede.
Os fluxogramas impressos foram entregues para os representantes para divulgação e esclarecimento local.Centro de Referência da Assistência Social, Casa Abrigo e delegacias compõem esse fluxo, conforme o exemplo abaixo do município de Cruzeiro do Sul:
“Um diferencial da padronização do atendimento é que quando se trata de violência sexual o procedimento padrão quebra o paradigma atual e sugere que o primeiro lugar a que essa vítima deve ser encaminhada é a maternidade, porque lá vai ser possível ela ser avaliada, tomar a ‘pílula do dia seguinte’ e vacinas. Após priorizar sua saúde, ela segue com os procedimentos legais”, explica a coordenadora do Departamento de Direitos Humanos da SEPMulheres, Joelda Pais. Em Rio Branco, existe uma rede similar, a Reviva [Rede de Cuidados no Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Rio Branco].
A Rede Reviver tem o objetivo de reduzir os índices de agravos à mulher (criança, jovem, adulta, idosa) vítima da violência doméstica e sexual por meio do aprimoramento e integração dos serviços. Ela é fruto do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, um acordo entre o governo federal e os Estados para implementar políticas públicas para garantir a prevenção e o combate à violência, a assistência e a garantia de direitos às mulheres.
“Estamos com uma expectativa positiva para a Rede Reviver, porque a violência contra a mulher não existe só no Acre, mas em todo o país. O diferencial é que, por meio da rede, poderemos monitorar e avaliar melhor essa situação”, conclui a secretária da SEPMulheres, Concita Maia.
Para continuidade desse trabalho, nesta quarta-feira, 6, o Comitê Grupo da Reviva vai até Campinas, no interior de São Paulo, com o intuito de realizar visita técnica à Rede Iluminar. São representantes a secretária da SEPMulheres, coordenadora de Direitos Humanos e Profissionais da Coordenadoria da Mulher de Rio Branco, Universidade Federal do Acre (Ufac) e Secretaria de Polícia Civil.
A Rede Iluminar é referência em todo o Brasil no que diz respeito ao atendimento integrado às vítimas de violência e atualmente apresenta resultados concretos – 100% das vítimas de violência são atendidas em até 72 horas. O objetivo da visita técnica é conhecer o trabalho dessa rede e seus instrumentos de comunicação, integração dos serviços, monitoramento e avaliação.