Rede de Manejo Florestal na Amazônia é discutida em seminário

Parceria entre órgãos estaduais, federais, ONGs e instituições de pesquisa amplia integração e conhecimento para o fortalecimento do setor

 

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Representantes de órgãos estaduais, federais, instituições de pesquisa, empresários e ONGs discutem ações da Rede de Manejo Florestal (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Integrar órgãos públicos de gestão e fiscalização, empresas privadas, organizações não governamentais e instituições de pesquisa é o objetivo da Rede de Manejo Florestal na Amazônia, movimento que busca aprimorar e difundir o manejo de uso múltiplo na região, gerar conhecimento científico, promover a transferência de tecnologia para técnicos ligados à atividade e monitorar a cadeia produtiva de produtos madeireiros não madeireiros com foco voltado para a sustentabilidade de florestas nativas. O tema está sendo abordado em seminário realizado no auditório da Uninorte, em Rio Branco, nestas quarta e quinta-feira promovido pelo Governo do Estado, Embrapa, Ibama, Serviço Florestal Brasileiro e governo federal.

Setor econômico com forte tendência de crescimento, movimenta em torno de R$ 10 bilhões por ano com a retirada de 12 milhões de metros cúbicos de madeira de áreas de manejo e com a cadeia produtiva de outros produtos madeireiros e não madeireiros. Atendendo a demanda de empresários do segmento, a Embrapa do Acre desenvolveu pesquisa, em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), que resultou na elaboração do Modelo Digital de Exploração Florestal, o Modeflora, um modelo de manejo florestal de precisão para viabilizar melhor eficácia dos planos de manejo, mas que serve ainda para reduzir impactos ambientais e garantir mais eficiência econômica, além de no manejo comunitário contabilizar ganhos sociais.

Liderado pelo Acre, o projeto envolve pesquisadores de outros estados da região amazônica. O coordenador do evento e pesquisador da Embrapa, Luciano Ribas, lembra que o manejo comunitário já é beneficiado pela tecnologia, além de empresários do setor. Atualmente na região em torno de 2 mil empresas de base florestal que movimentam R4 5 bilhões por ano e geram cerca de 600 mil empregos diretos e indiretos. Devido à difusão de tecnologias, a rede tem capacidade de aumentar o volume de operações florestais e diminuir o impacto ambiental. "Foi difícil nos adequarmos, mas era algo que o setor precisava para não ser extinto", avalia a presidente do sindicato dos empresários que trabalham com madeira manejada, Adelaide Fátima. O Acre tem 40 projetos de manejo aprovados. Alguns já estão em andamento.  

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Secretário de Meio Ambiente do Acre, Eufran Amaral, destaca importância da difusão das tecnologias e da informação para ampliar ações que fortaleçam economia de base florestal (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

"É uma oportunidade para que os órgãos estaduais, federais, de pesquisa, compartilhem experiências que estão dando certo e as discussões influenciem políticas públicas valorizando o ativo ambiental florestal e fortalecimento da economia de base florestal", explica o secretário Eufran Amaral lembrando que o Acre tem hoje 88% de cobertura florestal também em função das ações do Governo do Estado, como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que valorizam a floresta em pé. Eufran Amaral considera que o debate é importante e fortalece a rede. "É o fazer diferente, o fazer junto e já começamos com uma rede bem integrada". 

Nesta quinta-feira pela manhã, os grupos de trabalho discutem os ajustes necessários nas leis, normais e procedimentos da rede. Haverá ainda composição do conselho gestor e do sistema de gestão da Rede de Manejo Florestal da Amazônia. 

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