O governo espera concluir até julho o recadastramento das grandes propriedades rurais dos 36 municípios campeões de desmatamento na Amazônia. Para realizar um pente-fino nas fazendas da região, deverão ser gastos R$ 50 milhões, segundo projeção apresentada ontem pelo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart. Ele explicou, porém, que o recadastramento das pequenas propriedades – com até 300 hectares – vai demorar mais tempo, e deverá ser encerrado em dois anos.
Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que analisou os financiamentos públicos, as pequenas propriedades são responsáveis por 18% do desmatamento na região. “O importante é que haverá um amplo recadastramento e as críticas de que apenas os pequenos eram fiscalizados não terão mais procedência”, endossou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Vamos poder separar o joio do trigo”, completou.
Hackbart e Marina falaram sobre o recadastramento ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que reconheceu que o recadastramento não é, por si só, suficiente para coibir o desmatamento na Amazônia Legal. “Ele não resolve tudo, mas é um insumo fundamental no combate ao desmatamento”, avaliou Cassel.
Ao lado de Cassel e Hackbart, a ministra Marina Silva negou que tenha havido divergências entre ela e o titular da Agricultura, Reinhold Stephanes , em relação ao desmatamento da Amazônia. Recentemente, os dois ministros demonstraram posições distintas sobre o tema. A cisão foi evidenciada durante reunião ministerial. Ontem, Stephanes não participou da entrevista coletiva, na sede do ministério do Desenvolvimento Agrário. “A decisão tomada é de governo. Não há divergência alguma em relação às medidas”, afirmou Marina.
Fonte: Agência Estado