Rastreamento da osteoporose

Ação conjunta da Secretaria de Estado de Saúde e secretarias municipais oferece exames de ultrassonometria óssea

Através de uma parceria do Laboratório Lilly, Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e secretarias municipais de Saúde de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima está sendo feito um rastreamento da osteoporose no Vale do Juruá (Flaviano Schneider)

Através de uma parceria do Laboratório Lilly, Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e secretarias municipais de Saúde de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima está sendo feito um rastreamento da osteoporose no Vale do Juruá (Flaviano Schneider)

Através de uma parceria do Laboratório Lilly, Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e secretarias municipais de Saúde de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima está sendo feito um rastreamento da osteoporose no Vale do Juruá. Segundo a gerente da Divisão do Idoso da Sesacre, Rossy da Silva Ramos, a oportunidade surgiu no dia 20 de outubro, dia consagrado internacionalmente ao combate à osteoporose.

Na ocasião, a Sesacre realizava alguns exames de ultrassonometria óssea em parceria com uma clínica da capital e então o Laboratório Lilly procurou a secretaria se dispondo a emprestar a máquina de calcâneo visando atender maior contingente de pessoas no estado com o exame. Como a capital já tivera oportunidade de realizar alguns exames a Divisão do Idoso da Sesacre resolveu trazer o procedimento para a região do Juruá.

As secretarias municipais de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima logo se dispuseram a participar da parceria, oferecendo postos de saúde para a realização dos exames que iniciaram na última segunda-feira, 21. Assim já aconteceram exames nos dias 21 e 22 (segunda e terça-feira) no posto Manoel Bezerra; dia 23 no Posto Adalberto Sena; dias 24 e 25 no posto Jesuíno Lins; 1º de dezembro no Posto do Miritizal; Dia 02 de dezembro no Posto Capuchu, no bairro da Baixa. Nos dias 28, 29 e 30 de novembro os exames vão ocorrer em Mâncio Lima.

Setenta exames por dia

Em média, são realizados por dia 70 exames, disponibilizados apenas para pessoas com mais de 50 anos. O exame em clínica particular sairia por R$ 50. Em todos os postos em que os exames já ocorreram foi grande a afluência de pessoas idosas que ficaram satisfeitas com a parceria que lhes possibilitou os exames. Até mesmo pacientes da zona rural que tomaram conhecimento dos exames se dirigiram aos postos.

O exame de ultrassonometria  dura de cinco a dez minutos e o resultado é analisado por um clínico que indica o tratamento, especialmente quando é detectada a osteopenia, caso em que o paciente já apresenta perda de massa óssea, mas que ainda não se caracteriza como osteoporose. O laboratório disponibiliza a máquina e os técnicos treinados enquanto as secretarias municipais fornecem o local e uma equipe mínima do Programa Saúde da Família (PSF).

O paciente se dirige à unidade onde é pesado, submete-se ao exame e, na hora, já tem o seu encaminhamento para tratamento. Segundo Rossy, no próximo ano a Sesacre vai colocar este tipo de atendimento em seu planejamento para atender as outras regiões do Estado. Ela agradeceu aos gestores municipais de saúde o apoio recebido, pois a parceria beneficia em muito a população. “Com esta ação poderemos ter dados estatísticos e prevenir a osteoporose, com o trabalho dentro das unidades de saúde da família”, disse.

Ainda segundo Rossy, aconteceu uma grande surpresa nos exames já realizados: o grande número de homens afetados, já que a osteoporose é mais comum entre as mulheres. “Este é um fato importante. Precisamos identificar quais são os fatores que levam os homens da região a perder massa óssea.”

Dores nos ossos

O casal José Alcino de Oliveira, de 67 anos e Maria Vilani de Souza, de 56 anos, compareceu ao posto Jesuíno Lins e ambos fizeram os exames (Flaviano Schneider)

O casal José Alcino de Oliveira, de 67 anos e Maria Vilani de Souza, de 56 anos, compareceu ao posto Jesuíno Lins e ambos fizeram os exames (Flaviano Schneider)

A enfermeira Nelian Moura, coordenadora do posto Jesuíno Lins, considerou da máxima importância esta ação. “A quantidade de idosos com a doença é muito grande e a gente precisava mesmo atuar na área”, disse. Ela conta que muitos idosos comparecem ao posto reclamando de dores nos ossos e os agentes de saúde também detectam casos em suas visitas às famílias.

O casal José  Alcino de Oliveira, de 67 anos e Maria Vilani de Souza, de 56 anos, compareceu ao posto Jesuíno Lins e ambos fizeram os exames. José Alcino conta que estava pescando quando ficou sabendo através do agente comunitário de saúde que aconteceriam os exames e logo se aprontou para fazer. Dona Maria conta que fez o exame porque sentia dores nos ossos, no corpo e na coluna. “A gente não tem condições de viajar para fora e fazer este exame, então damos graças a Deus de a máquina ter sido trazida para cá”, disse.

A coordenadora de Saúde do Idoso de Cruzeiro do Sul, Rosinei Pequeno, considerou de muita importância a chegada do exame para prevenir a osteoporose no município. “Após a avaliação do clínico, o paciente recebe a medicação compatível. Alguns medicamentos como o cálcio estão na lista dos remédios distribuídos pela rede pública do município”.

O médico generalista James Maranhão Dias, que atende no posto Manoel Bezerra, conta que nos dois dias de exames no posto foram realizados cerca de 150 exames tendo sido detectados cinco casos de osteoporose e 30 casos de osteopenia. “Temos hoje em Cruzeiro do Sul assim como no Brasil e no mundo muitos idosos. Aqui eles aparecem com dores na região do quadril, dos membros superiores e inferiores e na coluna. Este exame realizado como forma de rastreamento da osteoporose foi de grande importância porque agora a gente vai poder ter uma noção de como anda esta doença na população de Cruzeiro do Sul”.

De acordo com o médico a partir de agora serão programadas reuniões com estes pacientes explicando a eles o que é osteoporose e osteopenia, particularizando uma conduta para cada um. “Aqui na unidade de saúde já estamos disponibilizando o tratamento à base de cálcio e de vitamina D para aqueles que tem osteoporose, mas estamos vendo a possibilidade de levar o tratamento para quem tem osteopenia”.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter