Buscando levar arte e cultura para um número cada vez maior de adolescentes e jovens acreanos, a vice-governadora do Acre, Nazareth Araújo, criou um ousado projeto de inserção musical chamado Som da Liberdade.
O nome já é um convite para uma imersão no universo lúdico e libertador da música. E na prática é assim que a iniciativa funciona. A princípio nasceu para proporcionar aulas de violão para os jovens que cumprem medidas socioeducativas em unidades do Estado, mas cresceu, tomou proporção e se expandiu para escolas e comunidades.
“O Som da Liberdade foi idealizado para levar música para os nossos jovens e, ao mesmo tempo, inseri-los em atividades de cultura e cidadania que provoquem mudanças de vida e de comportamento”, ressalta a vice.
A ação foi criada em 2015 e alia, além de aulas de violão, rodas de conversas, oficinas e palestras em áreas que envolvem o universo da juventude. Além disso, busca inserir esse público em movimentos de hip hop, grafite, e dança.
Atuação
Atualmente o programa atende 254 jovens. Há turmas nos centros socioeducativos, em escolas e espaços alternativos dos bairros Conjunto Esperança I e II, Taquari e também no Bujari.
Um desses espaços é a Escola Municipal José Cesário, na BR-364, zona rural do Bujari. Lá são atendidos 24 alunos. Kaylany Matos é uma das estudantes beneficiadas. Ela mora em um ramal e diz que o projeto possibilitou a proximidade com o universo musical.
“Sempre gostei de cantar, mas nunca tinha nem pegado em um violão. A primeira vez que tive contato foi aqui na escola. Estou tão feliz que, quando terminar, vou tentar aprender tocar outros instrumentos, porque sonho ser cantora”, conta entusiasmada.
Daniel Rabelo, de 9 anos, começou há três meses e diz que o curso é uma oportunidade para aprender a tocar um instrumento de forma gratuita. “Gosto de violão, mas onde moro não tem e também não teria dinheiro para pagar”, disse.
Além da música
Outro local onde o projeta está sendo aplicado é o Espaço da Comunidade, no Taquari. Nesse ambiente, implantado esta semana, o projeto vai além do trabalho com jovens, pois beneficiará também as mães dos aprendizes.
“As mães dos 60 jovens vão poder participar de uma oficina de customização. Isso é uma forma de agregar toda a família em torno do projeto e dá condições para as matriarcas aprenderem uma nova habilidade que possa gerar renda”, disse Susie Lamas, chefe da Divisão do Eixo Temático Drogadição e População de Rua do gabinete da vice-governadora.
Apoio
Para ser executada, a iniciativa conta com a contribuição de vários parceiros. Nos centros socieducativos tem o apoio do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), órgão de ressocialização dos jovens em conflito com a lei.
Nas comunidades, vários são os colaboradores, entre eles a Polícia Militar, a Assessoria Especial da Juventude, a Fundação Elias Mansour e outras entidades não governamentais.