Aproveitando as comemorações do Dia do Estudante, o governador Tião Viana visitou mais uma turma do programa Quero Ler na noite de quinta-feira, 11. Dessa vez, o encontro foi realizado no bairro João Eduardo I, exatamente na escola João Paulo I, onde cerca de 80 adultos se dividem em cinco turmas para finalmente conhecer o universo das letras.
Só em Rio Branco, o Quero Ler reúne 329 turmas, responsáveis pela alfabetização de mais de cinco mil alunos só na área urbana, a maioria entre 30 e 75 anos. Cerca de 60 mil adultos devem ser atendidos até 2018, erradicando o analfabetismo do Acre.
“Quero agradecer vocês pela presença e por se dedicarem, porque educação é sinônimo de liberdade. Meus pais deram de tudo pelos filhos, e eu e meus irmãos fomos até o máximo da faculdade. Tenho certeza de que vocês também fizeram isso por seus filhos, e agora é a vez de vocês. Agarrem essa oportunidade para sonhar, e juntos vamos fazer do Acre o primeiro estado do Brasil livre do analfabetismo”, disse Tião Viana.
O programa, criado pelo próprio governador em seu segundo mandato, tem a meta de alcançar sete mil pessoas somente em Rio Branco, enquanto pelo menos mais 17 mil devem ser atendidas no interior, tudo isso num investimento de R$ 26 milhões.
O momento da superação
O Quero Ler tem a intenção de alcançar pessoas como Maria Madalena do Nascimento, de 65 anos. Mãe de seis filhos, ela nasceu e cresceu no seringal Tarauacá, onde os pais não tiveram condições de colocá-la para se alfabetizar. Agora, que todos os filhos estudaram e estão formados – duas são enfermeiras e uma, técnica de enfermagem -, Maria Madalena agarra agora a oportunidade que não teve quando jovem.
“Eu me sinto muito bem aqui. Tão bem que fico toda animada, toda satisfeita. Para ler essas coisas e falar em público, eu não tinha coragem. Agora falo e leio em qualquer canto. Estou muito orgulhosa de saber ler um pouco já”, conta, sorridente.
As turmas do Quero Ler no João Paulo I ainda têm um incentivador especial: o próprio diretor, David Pinheiro, que se alfabetizou por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Frequentei ainda na época que o nome não era este. Fiz o programa, o magistério, e comecei a trabalhar. Onde eu passo, conversando com os alunos dessas modalidades, conto a minha história, para que eles vejam que todos nós temos oportunidade de crescer e aprender em qualquer idade”, conta.