Programa de Obesidade atua na promoção da saúde há 14 anos no Acre

Que ser magro não significa ser saudável, bem como ser considerado acima do peso não significa estar doente, todos sabemos, mas, o problema está quando o peso para mais ou para menos passa a resultar em doenças que comprometem a qualidade de vida.

Para auxiliar no controle de peso, o Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre), realiza diversas ações que contribuem direta e indiretamente para a prevenção da obesidade.

Dentro da rede de assistência da saúde existe o Programa de Obesidade que funciona dentro do Hospital das Clínicas. Criado em 2004, atualmente conta com uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo.

Os pacientes que precisam do atendimento são avaliados e passam a fazer parte do programa mediante encaminhamento médico respeitando os parâmetros indicativos.

O Ministério da Saúde adota o Índice de Massa Corpórea (IMC), como parâmetro para avaliação clínica da população em geral. É a partir do IMC de 35 a 40 Kg/m que há a possível indicação de uma cirurgia bariátrica.

No Acre, desde o início do programa já foram realizadas 83 cirurgias bariátricas. O número poderia ser bem maior, mas a assistência do programa possibilita aos pacientes a redução de peso sem que haja necessidade de cirurgia.

“O paciente entra no programa e passa a receber todo o acompanhamento, necessário para que ocorra uma mudança, não apenas de medidas, mas principalmente de hábitos e isso faz com que muitos consigam a redução de peso de forma saudável, sem passar por procedimento cirúrgico”, explica a responsável pelo programa de obesidade, Laura Maria Aroeira.

Doenças e tratamentos

Para combater a obesidade e prevenir doenças como a hipertensão, hipertrofia ventricular, apneia, depressão, diabete tipo 2, a forma mais simples é a adoção de práticas saudáveis, como uma alimentação adequada acrescida de alguma atividade física.

“A obesidade precisa ser tratada com reeducação alimentar, atividade física, apoio psicológico e medicamentoso e em alguns casos com cirurgia bariátrica”, destaca, Laura Aroeira.

O cidadão pode buscar auxílio dentro da rede de saúde do estado. Por meio de encaminhamento a pessoa pode marcar consultas com especialistas que auxiliam no controle de peso, como nutricionista, endócrino, e nos casos mais graves, os médicos recomendam a utilização de medicamentos e até mesmo cirurgias.

No estado do Acre, a população dispõe de parques e academias ao ar livre para a pratica de atividade físicas, sem custo.

Determinação

Exemplo de determinação é Ângela Roberta de Souza.  Sete anos atrás entrou no programa de Obesidade do Hospital das Clínicas e após cumprir com o cronograma passado pelos médicos e realizar as devidas mudanças de hábitos que possibilitaram a redução de peso, realizou a cirurgia bariátrica.

“A cirurgia bariátrica não faz milagre, ela ajuda, mas é preciso ter disposição e foco para não desistir como muitos fazem. Uma alimentação adequada com exercícios físicos mesmo que em casa ajudam nessa mudança’, explica Ângela.

Nas fotos a comprovação dos 70 quilos a menos de Ângela  (Foto: Acervo pessoal)

Ao todo já foram 70 quilos perdidos. Antes da cirurgia, Ângela pesava 150 quilos, logo após o procedimento, foi para 130 e atualmente com 80 quilos continua realizando o acompanhamento com os profissionais do programa.

“Minha qualidade de vida melhorou muito ao longo desses anos, hoje, eu pedalo, faço passeios ao ar livre, evito usar o carro para locais próximos, vou para academia”, conta.

Quanto à relação com a alimentação, ela explica que passou a consumir alimentos mais saudáveis, deixou de beber refrigerantes e substituiu por sucos.

“Mesmo com alterações na alimentação, continuo comendo de tudo só que em pequenas quantidades e tiro uma ou duas vezes ao mês para comer guloseimas”, acrescenta Ângela.

Após a cirurgia bariátrica os pacientes continuam recebendo acompanhamento pelo programa do HC, pois são resultados que aparecem a longo prazo e precisam de acompanhamento adequado para que essas mudanças se tornem rotina na vida dos pacientes.

Estatística

No Brasil, os dados mostram que mesmo com uma preocupação maior com a alimentação e estilo de vida, há um aumento significativo de brasileiros que sofre com excesso de peso, que de acordo com o Ministério da Saúde (MS) chegam a 54% o número de pessoas com excesso de peso.

Já com relação a obesidade os números são ainda mais preocupantes em algumas faixas etárias, o MS constatou que em dez anos houve um aumento de 110% no número de pessoas de 18 a 24 anos que sofrem com obesidade, quase o dobro do aumento em todas as faixas etárias (60%). E nas faixas de 25 a 34 anos houve alta de 69,0%; de 35 a 44 anos (23,0%); 45 a 54 anos (14,0%); de 55 a 64 anos (16,0%); e nos idosos acima de 65 anos houve crescimento de 2,0%.

Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, a pesquisa do MS levou em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC), que calcula o indivíduo em relação ao seu próprio peso, e por meio dele é possível bem saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde.

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