Que ser magro não significa ser saudável, bem como ser considerado acima do peso não significa estar doente, todos sabemos, mas, o problema está quando o peso para mais ou para menos passa a resultar em doenças que comprometem a qualidade de vida.
Para auxiliar no controle de peso, o Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre), realiza diversas ações que contribuem direta e indiretamente para a prevenção da obesidade.
Dentro da rede de assistência da saúde existe o Programa de Obesidade que funciona dentro do Hospital das Clínicas. Criado em 2004, atualmente conta com uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo.
Os pacientes que precisam do atendimento são avaliados e passam a fazer parte do programa mediante encaminhamento médico respeitando os parâmetros indicativos.
O Ministério da Saúde adota o Índice de Massa Corpórea (IMC), como parâmetro para avaliação clínica da população em geral. É a partir do IMC de 35 a 40 Kg/m que há a possível indicação de uma cirurgia bariátrica.
No Acre, desde o início do programa já foram realizadas 83 cirurgias bariátricas. O número poderia ser bem maior, mas a assistência do programa possibilita aos pacientes a redução de peso sem que haja necessidade de cirurgia.
“O paciente entra no programa e passa a receber todo o acompanhamento, necessário para que ocorra uma mudança, não apenas de medidas, mas principalmente de hábitos e isso faz com que muitos consigam a redução de peso de forma saudável, sem passar por procedimento cirúrgico”, explica a responsável pelo programa de obesidade, Laura Maria Aroeira.
Doenças e tratamentos
Para combater a obesidade e prevenir doenças como a hipertensão, hipertrofia ventricular, apneia, depressão, diabete tipo 2, a forma mais simples é a adoção de práticas saudáveis, como uma alimentação adequada acrescida de alguma atividade física.
“A obesidade precisa ser tratada com reeducação alimentar, atividade física, apoio psicológico e medicamentoso e em alguns casos com cirurgia bariátrica”, destaca, Laura Aroeira.
O cidadão pode buscar auxílio dentro da rede de saúde do estado. Por meio de encaminhamento a pessoa pode marcar consultas com especialistas que auxiliam no controle de peso, como nutricionista, endócrino, e nos casos mais graves, os médicos recomendam a utilização de medicamentos e até mesmo cirurgias.
No estado do Acre, a população dispõe de parques e academias ao ar livre para a pratica de atividade físicas, sem custo.
Determinação
Exemplo de determinação é Ângela Roberta de Souza. Sete anos atrás entrou no programa de Obesidade do Hospital das Clínicas e após cumprir com o cronograma passado pelos médicos e realizar as devidas mudanças de hábitos que possibilitaram a redução de peso, realizou a cirurgia bariátrica.
“A cirurgia bariátrica não faz milagre, ela ajuda, mas é preciso ter disposição e foco para não desistir como muitos fazem. Uma alimentação adequada com exercícios físicos mesmo que em casa ajudam nessa mudança’, explica Ângela.
![](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/11/Ângela-bariátrica-2.jpeg)
Ao todo já foram 70 quilos perdidos. Antes da cirurgia, Ângela pesava 150 quilos, logo após o procedimento, foi para 130 e atualmente com 80 quilos continua realizando o acompanhamento com os profissionais do programa.
“Minha qualidade de vida melhorou muito ao longo desses anos, hoje, eu pedalo, faço passeios ao ar livre, evito usar o carro para locais próximos, vou para academia”, conta.
Quanto à relação com a alimentação, ela explica que passou a consumir alimentos mais saudáveis, deixou de beber refrigerantes e substituiu por sucos.
“Mesmo com alterações na alimentação, continuo comendo de tudo só que em pequenas quantidades e tiro uma ou duas vezes ao mês para comer guloseimas”, acrescenta Ângela.
Após a cirurgia bariátrica os pacientes continuam recebendo acompanhamento pelo programa do HC, pois são resultados que aparecem a longo prazo e precisam de acompanhamento adequado para que essas mudanças se tornem rotina na vida dos pacientes.
Estatística
No Brasil, os dados mostram que mesmo com uma preocupação maior com a alimentação e estilo de vida, há um aumento significativo de brasileiros que sofre com excesso de peso, que de acordo com o Ministério da Saúde (MS) chegam a 54% o número de pessoas com excesso de peso.
Já com relação a obesidade os números são ainda mais preocupantes em algumas faixas etárias, o MS constatou que em dez anos houve um aumento de 110% no número de pessoas de 18 a 24 anos que sofrem com obesidade, quase o dobro do aumento em todas as faixas etárias (60%). E nas faixas de 25 a 34 anos houve alta de 69,0%; de 35 a 44 anos (23,0%); 45 a 54 anos (14,0%); de 55 a 64 anos (16,0%); e nos idosos acima de 65 anos houve crescimento de 2,0%.
Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, a pesquisa do MS levou em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC), que calcula o indivíduo em relação ao seu próprio peso, e por meio dele é possível bem saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde.