A primeira série acreana “Mauaní – O Silêncio de Maria” será lançada para convidados e a imprensa nesta terça-feira, 15, no Teatro Plácido de Castro (Teatrão). Serão apresentados dois dos cinco episódios, que devem ser entregues no fim de janeiro de 2017 à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e posteriormente distribuídos para televisões públicas, comunitárias e educativas, além dos canais abertos.
A produção foi uma das duas contempladas pelo edital de conteúdo para TV Pública Brasileira, lançado em 2015 pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), em um investimento de R$ 650 mil. A outra beneficiada foi a produtora Saci Produções.
De acordo com o cineasta Silvio Margarido, diretor do projeto, praticamente toda produção contou com acreanos. “99% do elenco são de pessoas aqui do Acre, assim como técnicos e roteiristas. Apenas profissionais de algumas áreas foram de outras cidades”, diz.
A história de Mauaní
A história de Maria se inicia a partir de uma revisita ao seu passado, quando ela decide compartilhar sua saga com a neta, Maria Clara, que é surda-muda.
O conteúdo das memórias estão em um caderno, que conta fatos desde a infância da índia, que viveu, primeiramente, em uma aldeia, depois num cativeiro no barracão do seringal, até a vida adulta, em um seringal na companhia do marido, Chicão.
A narrativa segue contando todo o sofrimento que ela passou no interior do seringal ao longo dos anos, juntamente com outros trabalhadores, destacando alguns fatores, tais como a escravidão, matanças, exploração e preconceito.
A história é silenciada ao longo dos anos pela protagonista, e só vem à tona ao compartilhá-la com a menina, que devido sua deficiência, possivelmente a manterá consigo.
Os dois primeiros episódios, intitulados “Tiros na Floresta” e “Vozes no Tempo”, contam, em seus 26 minutos, cada, todo o princípio da vida de Maria na aldeia, até sua ida ao barracão.
Segundo o diretor, além da série, haverá também um filme derivado da obra, que deve ser entregue ao público em fevereiro de 2017. “Será um longa que contará, de forma diferente, a história de Maria. Pretendo finalizá-lo em 90 minutos, usando todo o material produzido para a série”, afirma Silvio.
A edição final conta, ainda, com recursos de acessibilidade, com a inserção de linguagem de Libras, audiodescrição e legendas.
Apoio
“Mauaní – O Silêncio de Maria” é financiada pelo programa Brasil de Todas as Telas, da Ancine, com a realização da EBC, do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da produtora Mil Acre Filmes.
A iniciativa conta com apoio do governo do Estado, da prefeitura de Rio Branco, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
