Central de abastecimento vai regular relação de compra e venda da produção agrícola em Rio Branco
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Os vereadores empossados visitaram nesta sexta-feira as obras da Central de Comercialização e Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), acompanhados do prefeito em exercício Eduardo Farias, para conhecer o funcionamento da nova estrutura que vai atender os produtores rurais.
A Ceasa será um local seguro e organizado, exclusivo para produtores e atacadistas comercializarem a produção. O canal de comercialização entre o produtor e o consumidor será encurtado e a figura do atravessador, excluída do processo. "O consumidor vai pagar menos e o produtor vai ganhar mais. Além disso, a produção do Estado será estimulada e apenas os produtos que não encontram viabilidade técnica aqui serão importados. A previsão é deixar de importar por mês pelo menos uma tonelada de produtos", explicou o secretário municipal de Agricultura, Mário Jorge Fadel.
A construção da Ceasa possui um investimento superior a R$ 6,5 milhões numa obra que vem sendo construída desde 2007 pela prefeitura e que deverá ser concluída no primeiro semestre deste ano. Os recursos foram garantidos através de gestão do senador Tião Viana (PT-AC), a pedido do prefeito Raimundo Angelim, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Para comercializar a produção agrícola no Ceasa, o produtor precisará de um atestado da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Familiar (Seaprof), que vem trabalhando junto aos produtores para melhorar a qualidade da produção e as formas de escoamento. Caminhões estão sendo adquiridos para auxiliar os produtores no transporte da mercadoria.
A Ceasa será inaugurada já com pelo menos 10 mil produtores cadastrados. A capacidade de produção e comercialização é de 59.520 toneladas/ano, atendendo uma população consumidora estimada em 992 mil pessoas – número bem maior que a população acreana, de mais de 600 mil habitantes. Isso significa que os produtores acreanos têm capacidade de exportação, principalmente para os consumidores dos países vizinhos Bolívia e Peru. Os dados da prefeitura mostram que os principais produtos comercializados nos mercados municipais de Rio Branco totalizam 24.200 toneladas ao ano e mais 18 toneladas na rede de supermercados.
"Estamos trabalhando para organizar a cadeia produtiva, sempre em sintonia com a secretaria municipal. O objetivo é fazer com que os produtores encontrem as condições adequadas para comercializar os produtos e com essa estrutura, a exemplo do que aconteceu em outros Estados, a produção será estimulada e teremos um crescimento na oferta de produtos", disse o secretário de Assistência Técnica e Produção Familiar, Nilton Cosson.
A maior oferta deve favorecer o preço dos produtos. "Quem determina o preço da mercadoria é a oferta. Como não temos tantos produtos ofertados, o preço se mantém em alta. Com a Ceasa, a maior quantidade de produtos ofertados provavelmente fará com o que o preço diminua", analisou o presidente da Associação Comercial, Adem Araújo.
Figura do atravessador será extinta
A Ceasa será responsável por organizar a relação de compra e venda da produção agrícola. Os produtores terão um dia específico para vender a produção, que será comprada pelos atacadistas e posteriormente vendida aos consumidores. No dia da venda da produção, supermercados, restaurantes, lanchonetes e hotéis também vão poder comprar direto dos produtores.
"Outra situação comum em época de safra de produtos, principalmente banana, melancia e abacaxi, é a queda no preço dos produtos dada a alta oferta no mercado e o grande prejuízo para o consumidor. A Central, que vai trabalhar em parceria com a Conab, terá também o papel de regular o estoque para evitar prejuízos ao produtor", explicou Cosson.
A expectativa dos produtores também é grande. O presidente do Sindicato dos Extrativistas e Trabalhadores Assemelhados de Rio Branco (Simpasa), Raimundo Sousa, aguarda a abertura da Ceasa e acredita na melhoria da qualidade de vida dos produtores. "Nós temos tido muitas conversas com o secretário de Agricultura e temos certeza dos benefícios que a Ceasa vai trazer para os produtores de Rio Branco. A produção agrícola também deve sofrer melhorias e vamos deixar de trazer muitos produtos de outros Estados", analisa.
O prefeito Eduardo Farias lembrou que a Ceasa não vai acabar com a função dos mercados e feiras existentes na cidade, mas organizar a comercialização dos produtos agrícolas, oferecendo melhores condições aos produtores e consumidores.
O local onde a Ceasa será instalada também é estratégico, disse Fadel. "Aqui nós estamos próximos do Rio Acre, para receber os produtores ribeirinhos. Também estamos na Transacreana, onde estão localizados muitos – talvez a grande maioria – dos produtores que abastecem o mercado de Rio Branco."
Raimundo Vaz, vereador pelo PRP, acredita que o Ceasa ajudará na regulação dos preços de produtos de primeira necessidade em Rio Branco. "Isso vai facilitar a vida do produtor e do consumidor", disse Vaz. Seu colega de bancada, Elias Campos, presidente em exercício da Câmara Municipal, concorda que a Ceasa vai melhorar muito o abastecimento na capital.
O vereador Gabriel Forneck (PT) disse que a obra é importante porque coloca o consumidor e o produtor frente a frente. "Só o fato de o consumidor poder escolher o produto que lhe interesse sem a figura do intermediário já fez dessa obra algo muito importante para a nossa cidade. O trabalho de extensão rural que a Seaprof vem desenvolvendo junto aos produtores é de extrema importância, pois dá suporte aos produtores", afirmou.