Numa pequena casa em madeira, no Caquetá, antiga Escola Municipal Raimundo Gomes da Silva, quilômetro 14, o Ponto de Cultura Porto Acre Cultural inaugurou seu novo espaço, que recebeu cinco computadores para as oficinas de mídias livres. A comunidade do lugar foi pretigiar a reabertura, que contou com a presença de Francis Mary Alves de Lima, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Josilene Nonata Feitora da Silva, presidente da Associação dos Produtores e Produtoras do PAS Nova Esperança e Circunvizinhos, entidade proponente do ponto de cultura, e Socorro Souza, coordenadora das ações do ponto, além de autoridades do município.
“Para nós aqui da comunidade, é uma felicidade muito grande. Sempre sonhamos com um lugar desse para que nossos jovens, crianças e idosos pudessem ter acesso a oficinas e cursos. Só temos a agradecer ao governo do Estado por esse projeto”, disse Josilene Nonata.
Francis Mary fez uma fala sobre os Pontos de Cultura como uma das principais ações do Programa Mais Cultura, proposto pelo Ministério da Cultura em parceria com os governos estaduais e municipais.
“Os pontos foram criados para preservar memórias e histórias, além de estimular ações voltadas para a cultura de raiz e para o fortalecimento das manifestações populares dentro dos seus territórios de origem. Temos quinze pontos de cultura no Acre que mostram a diversidade cultural e ambiental. Ver que o ponto Porto Acre Cultural estará funcionando na própria comunidade é muito gratificante. O nosso papel, tanto do governo estadual como municipal, é apenas de fomentar as ações, e o de vocês, de promover o fazer cultural”, disse.
Cada um dos pontos recebe um repasse em três parcelas de um pouco mais de R$ 60 mil por ano, totalizando R$183 mil para trabalharem durante três anos, período de vigência do convênio feito entre a entidade proponente e o governo Federal, via MinC, e o governo do Estado por meio da FEM.
Crianças e jovens mergulhados no espaço digital
Jovens e crianças se debruçaram sobre os computadores. Entre eles, estava Rosa da Silva, 11 anos, moradora do ramal Esquecido, distante do local cerca de uma hora. Mesmo sendo seu primeiro contato com o equipamento, Rosa sabe muito bem como tirará proveito dele.
“Não sei mexer, mas aprendo rápido. Pra ler foi assim, aprendi no ‘salto’. Vou pesquisar tudo, quero ver a biblioteca, os livros, porque sei que tem isso tudo ai. Vai ser bom pros meus estudos. Tô tão feliz que tá dando um frio na barriga”, disse a menina.
Enquanto uns se divertiam com os jogos, outros demonstravam um certo domínio com o programas gráficos, como Everty Frank da Silva, 13 anos.
“Sempre gostei de desenhar, agora vai ser bom demais. Também quero pesquisar coisas para aprender mais. Teve um dia que sonhei que entrava lá dentro do computador, era um sonho, né?”.
Além da cultura digital, o Ponto de Cultura de Porto Acre também trabalhará com oficinas e cursos em outras áreas, para ampliar sua atuação a todo o município. Segundo a coordenadora Socorro Souza, o ponto já tem no seu calendário: os cursos de semente, tecelagem e fibras, e o de biojoias.
“Nossa ação será em várias frentes, buscando também parcerias para atender toda a comunidade do nosso município. Agora mesmoo no dia 29 deste mêso estaremos realizando um arraial onde jovens ligados à cultura junina estão à frente. Essa é mais uma atividade do ponto. Agradecemos ao governo do Estado, por meio da FEM, pois assim conseguimos fomentar a cultura na nossa comunidade.”