Representantes do Brasil, Peru e Colômbia reuniram-se em Puerto Maldonado (Peru), durante os dias 27 e 28 de outubro, para participar do encontro internacional “Troca de Experiências para a proteção dos povos indígenas isolados e em contato inicial”.
Promovido pela Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad) e Ministério da Cultura, o evento contou com a participação de gestores da Fundação Nacional do Índio (Funai), Comissão Pró Índio (CPI/AC), do governo do Acre, representado pelo sertanista José Meirelles e pelo engenheiro floresta da Secretaria de Meio Ambiente, Roberto Tavares, e lideranças dos povos Manchineri e Shanenawa.
As questões fundiárias que envolvem a presença dos índios isolados em áreas de proteção foram debatidas pelos participantes durante o evento. No Acre, a presença de isolados em área de conservação foi identificada no Parque Estadual Chandless e na Reserva Ecológica Rio Acre.
Para José Meirelles, a predominância de povos isolados em unidades de conservação é um indicativo que de região está tranquila e conservada. “Os isolados não andam em áreas degradas ou em áreas ondem exista escassez de caça”, frisou.
O sertanista observa que o trabalho integrado entre os países fortalece a política de proteção. “Não adianta ter uma política de um lado e outra do outro. O governo brasileiro tem que se integralizar aos demais governos, para que haja uma gestão compartilhada dos territórios fronteiriços com predominância de isolados”, pontuou.
Isolados no Acre
O território acreano é composto por 15 etnias indígenas e outras três não contactadas, os índios isolados.
Os isolados são povos que não mantém contato direto ou regular com a sociedade envolvente. Vivem em isolamento voluntário, de maneira exclusiva ou compartilhada, nas terras indígenas destinadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
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