Plano de Manejo Comunitário melhora a vida do morador da floresta

Processo de licenciamento e exploração é acompanhado pelo Imac (Foto: Arquivo Secom)
Processo de licenciamento e exploração é acompanhado pelo Imac (Foto: Arquivo Secom)

Nos últimos quatros anos, o governo do Estado investiu mais de R$ 4 milhões em Planos de Manejo Comunitário na região do Alto Acre, e a Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta) foi a grande protagonista desse trabalho.

A Cooperfloresta foi criada em 2005 para fomentar a prática do manejo florestal comunitário madeireiro em Capixaba, Acrelândia, Brasileia e Xapuri, mas seu trabalho ganhou forma e volume a partir de 2011, depois que se apropriou de todos os processos da cadeia produtiva madeireira, atuando também com atividades de capacitação e treinamento. O nível de dependência do governo, que era de 80%, atualmente é de 5%.

A cooperativa trabalha com seis associações de moradores/produtores, num total de mais de 200 famílias, que vivem da agricultura de subsistência, coleta de castanha, extração do látex e, principalmente, do manejo florestal comunitário.

Somente nos Planos de Manejo a Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) investiu mais de R$ 4 milhões, por intermédio de convênios com a Cooperfloresta. Esses recursos foram investidos em assistência técnica, aquisição e manutenção de maquinário, abertura de ramais, certificação florestal FSC e per capita (dinheiro para adiantar o pagamento da madeira aos manejadores).

O Plano de Manejo trouxe ramais para escoar a madeira, onde escoamos também a castanha e o látex. Com o ramal veio junto à luz, os açudes… os carros chegam até nossa porta. Podemos dizer que a floresta ganhou mais vida, mais movimento”

Dionízio Aquino, presidente da Cooperfloresta

Os benefícios do Manejo Florestal Comunitário são mais visíveis quando analisamos a renda das famílias beneficiadas. Em 2007 a renda anual líquida não chegava a R$ 4 mil, já em 2013 chegou a quase R$ 12 mil, ao ano.

Segundo Simony Hechenberger, engenheira florestal e superintendente da Cooperfloresta, esse aumento da renda das famílias é devido à quantidade maior de madeira que foi licenciada.

“Em 2013, foram autorizados pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) mais de 35 mil metros cúbicos de madeira e explorado em 2014 apenas 50% desse valor. Vale salientar que todo o processo de licenciamento, exploração e comercialização é executado pela Cooperfloresta”, enfatizou.

Simony também destaca que o fato de a cooperativa ser conduzida por pessoas da comunidade garante uma exploração mais cuidadosa, levando em conta também as questões sociais.

Madeira oriunda do manejo é transportada em ramais e pelos rios da Reserva Extrativista Chico Mendes (Foto: Cedida)
Madeira oriunda do manejo é transportada em ramais e pelos rios da Reserva Extrativista Chico Mendes (Foto: Cedida)

“A Cooperfloresta possui diferencial no mercado madeireiro. Além de nossa madeira ser manejada e ter certificação FSC 100% comunitária, nós levamos em consideração todas as peculiaridades das comunidades. Visamos o desenvolvimento da região, mas sem deixar de lado a conservação do nosso bem maior, que é a floresta e a história da sua gente. Assim, ganhamos pontos a mais no mercado externo”, comentou.

O secretário da Sedens, Edvaldo Magalhães, explica que para tornar a economia florestal forte é necessário ter um olhar diferenciado para as famílias, que de maneira direta estão inseridas em todo o processo.

Os Planos de Manejo Comunitário são um componente importante da economia florestal, a base de suprimento para as indústrias florestais. Porém, o mais importante desse trabalho são as famílias que estão vendo suas vidas melhorando, sua renda aumentando e o progresso chegando a suas portas graças ao Manejo Florestal”

EdvaldoMagalhães, titular da Sedens 

_____________________________________________________________________________________

Manejo Florestal para além da Cooperfloresta

Incluindo as mais de 200 famílias manejadoras, sócias da Cooperfloresta o governo do Acre, por meio da Sedens inseriu nos últimos anos quase 700 famílias em Planos de Manejo Comunitário.

  • Projeto de Assentamento Havaí, em Rodrigues Alves: 115 famílias, manejo em fase de exploração.

  • Complexo Estadual de Florestas Públicas do Rio Gregório: 200 famílias, em fase final de licenciamento.

  • Floresta Estadual do Antimary: 54 famílias, em fase exploração.

  • Reserva Extrativista Alto Juruá: 100 famílias, em fase de licenciamento.

  • Reserva Extrativista Chico Mendes: 200 famílias, em exploração.

_____________________________________________________________________________________

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter