Pesquisadoras da doença de Jorge Lobo realizam atendimento no HC

Há nove anos, pesquisadores desenvolvem trabalho com portadores de Jorge Lobo no Acre (Foto: Cássia Veras)
Há nove anos, pesquisadores desenvolvem trabalho com portadores de Jorge Lobo no Acre (Foto: Cássia Veras)

Pesquisadoras do Instituto Laura de Souza Lima (ILSL) de Bauru, em São Paulo, estão avaliando portadores da doença de Jorge Lobo, no Serviço de Dermatologia Sanitária do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco. Os atendimentos serão realizados até sexta-feira, 30.

A doença de Jorge Lobo é causada pelo fungo Paracoccidioides loboi e é tipicamente da região Norte do país. Manifesta-se por meio de lesões na pele que não causam dor, mas incomodam devido a coceiras. A aparência das lesões também é um fator que incomoda os portadores que, se não forem tratadas, tendem aumentar.

Segundo a pesquisadora Andréia Belone, o fungo se encontra em vegetação ou localidades pertos de rios e igarapés. “Chegamos a essa conclusão, ao perceber que golfinhos, mamíferos pertencentes a ambientes de água doce e salgada, também contraiam o fungo, e a manifestação da doença era igual a dos seres humanos”, esclarece.

Ao longo dos anos de pesquisa e tratamento da doença, o dermatologista do HC, William Woods, descobriu que pacientes portadores da doença de Jorge Lobo e de Hanseníase reagiam bem ao medicamento que era aplicado para o combate da Hanseníase. “O doutor William percebeu que os pacientes que tinham as duas doenças estavam tendo melhorias nas lesões de Jorge lobo”, relata a pesquisadora Patrícia Sammarco.

A partir disso, foi aberto um processo junto ao Ministério da Saúde (MS) para que os portadores de Jorge Lobo passassem a receber os medicamentos que, antes, eram apenas para combater a Hanseníase. “Hoje, percebemos que de 358 pacientes em tratamento em Rio Branco, 20 venceram a doença, e mais de 80% estão tendo bons resultados com o tratamento”, explica Patrícia.

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