Na última semana, a Peixes da Amazônia participou em Bruxelas, na Bélgica, da Seafood Expo Global, de uma feira internacional de pescados em geral. De lá, bons negócios estão sendo firmados, mostrando o potencial e a qualidade do peixe produzido no Acre.
Após diálogo aberto em Bruxelas, nesta quinta-feira, 4, a Peixes da Amazônia e a Mr. Fish, empresa espanhola de pratos prontos, bateram o martelo para mais uma comercialização. O empreendimento europeu irá utilizar o pescado acreano em sua linha de produção.
A decisão ocorreu em outra feira que a empresa acreana está participando nesta semana, a APAS Show 2017, em São Paulo. “A APAS está confirmando o que os indicadores relacionados ao crescimento de pedidos registrado no setor comercial. De maneira surpreendente, os pedidos cresceram após Semana Santa”, afirma Fábio Vaz, diretor da Peixes.
Os peixes comercializados, tanto nessa parceria como em outras já fechadas em Bruxelas, representam o sabor amazônico que está entrando no mercado mundial. Tambaqui, pintado e pirarucu, espécies criadas com qualidade no estado, estão se tornando atrativas em países já acostumados com peixes tradicionais como bacalhau, atum, tilápia, entre outros.
O grupo já está com pedidos da Holanda, Argentina e dos Estados Unidos. A Amacore, empresa holandesa, solicitou cerca de 12 toneladas de pirarucu; a argentina JP Klausen fez o pedido de 15 toneladas de pintado inteiro e a South Seafood, de Miami (EUA), vai realizar teste de mercado com uma tonelada de pirarucu.
“Mesmo nesse período de crise no país, nós pudemos ir para a Europa e mostrar a qualidade do nosso produto. A feira trouxe esses bons resultados, fechamos negócios com grandes empreendimentos internacionais”, afirma Lúcio Brasil, acionista e conselheiro administrativo da Peixes, que esteve em Bruxelas.
Agora produtores e empresa seguiram os próximos passos para manter a qualidade e a constância do produto. Apesar de desde 2015 a Peixes da Amazônia possuir o selo de aprovação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), dado pelo Ministério da Agricultura, cada país possui especificações quanto à importação de pescado.
Com isso, a empresa já está avançando com o processo burocrático e em seguida irá se reunir com os produtores para montarem o plano de abastecimento de exportação.
“A direção vai reunir somente os produtores que receberam nota máxima na entrega de peixes e montar um planejamento. Aqueles selecionados vão receber prêmio no acesso de alevinos e preço diferenciado na ração. Com isso devem manter a qualidade entregue até hoje”, explica Vaz.
A demanda está crescendo e o trabalho tem que ser constante. Só esta semana a Peixes exportou para o Peru um pedido de 28 toneladas de peixe fresco, mais do que os pedidos semanais de 20 toneladas.
Para outros estados do Brasil estão sendo enviadas 30 toneladas de cortes variados a cada 15 dias. “Os negócios estão ocorrendo e a demanda em alta. Isso é prova que o produto acreano tem qualidade e mercado para explorar”, afirma Inácio Moreira, presidente da Agência de Negócios do Acre (Anac), acionista do empreendimento.