O grande desafio para melhoria na qualidade do café produzido no Acre é oferecer aos produtores novas tecnologias que impulsionem a cafeicultura. Para que isso aconteça, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seap) tem buscado parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), responsável pela criação de novas tecnologias na área do café.
Foi o que se viu durante o dia de campo realizado na sexta-feira, 10. Pesquisadores, especialistas na produção de café, compartilharam experiências na produção com produtores rurais e estudantes.
Uma das principais tecnologias para o desenvolvimento da cultura é o uso de mudas clonais de café em substituição ao plantio com sementes. A técnica aumenta em até 10 vezes a produtividade de uma lavoura.
“A utilização do clone permite a padronização da lavoura. Todos os grãos de café amadurecem na mesma época, o agricultor usa os mesmos tratos culturais na planta. Isso aumenta a produtividade, diminui o desperdício e melhora a qualidade da futura bebida”, afirma Marcelo Curitiba, pesquisador da Embrapa de Rondônia.
O local de realização do dia de campo é onde a Embrapa desenvolve uma nova variedade de café clonal. Apesar de ainda estar em fase de testes, os resultados já são promissores.
Na segunda safra, a média de colheita chega a 123 sacas por hectare – bem acima da média de 15 sacas por hectare do café cultivado por semente no Acre.
Produtores rurais agradecem possibilidade de novos conhecimentos
Para quem é produtor rural e planta café uma experiência como a do dia de campo é uma excelente oportunidade para adquirir mais conhecimentos. É o caso do agricultor Gerci de Souza que tem uma lavoura de quatro hectares de café clonal no município de Epitaciolândia, maior produtor do grão no estado. “Só com conhecimento a gente consegue produzir com qualidade e entrar no mercado consumidor”, afirma.
Falando em mercado, o Acre, pelas condições climáticas e de solo, possui um grande potencial para o cultivo do café. Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundiais, ainda importa café de outros países, como o Vietnã.
José Carlos Reis, gestor da Seap, acredita que, com a aplicação de novas tecnologias, os produtores acreanos têm condições de aumentar a produção e atender à demanda do país. “Esse é o caminho que estamos percorrendo. Buscando parcerias para que o café do Acre tenha quantidade e qualidade para atender o mercado brasileiro.”