Os encantos da Serra do Divisor

Apresento-lhe, caro leitor,  minha visão e experiência do Parque Nacional da Serra do Divisor, ou Serra da Contamana como também é chamado em terras peruanas.

Nas entranhas da vastidão amazônica, ergue-se majestosa a Serra do Divisor, uma cordilheira que tece a fronteira entre os estados do Acre e do Amazonas, como um guardião imponente da biodiversidade que permeia suas encostas e vales. Sob o abraço generoso da floresta, esta serra revela-se como um santuário natural, um epicentro onde a vida pulsa em sinfonias selvagens.

A Serra do Divisor é mais do que uma paisagem; é um testemunho da complexidade e exuberância da Floresta Amazônica. Cada pedaço dessa terra elevada é um capítulo na saga da natureza, onde florestas tropicais exuberantes se entrelaçam com vastas extensões de savana, criando uma harmonia única de ecossistemas. Uma dança entre a sombra densa das árvores centenárias e a luz dourada que acaricia as planícies.

A presença majestosa da serra não é apenas estética; é a base de um ecossistema vital. Lá, uma sinfonia de vida ecoa, com uma miríade de espécies, desde os menores insetos até os grandes mamíferos que encontram refúgio nas suas dobras geográficas. A Serra do Divisor é um refúgio para a biodiversidade, um teatro onde a natureza desenha suas próprias narrativas.

Ao caminhar por suas trilhas serpenteantes, somos envolvidos pela fragrância da vegetação exuberante, testemunhando uma tapeçaria de cores e formas que desafia a imaginação. Cada recanto guarda segredos, plantas e animais que desempenham papéis cruciais na teia da vida.

Contudo, a grandiosidade do local é frágil diante das ameaças modernas. A preservação deste santuário torna-se uma responsabilidade, não apenas daqueles que testemunham sua beleza, mas de toda a humanidade. Proteger a serra é assegurar a continuidade dessa narrativa, garantindo que as futuras gerações possam maravilhar-se diante da majestade natural que ela oferece.

Assim, a Serra do Divisor permanece não apenas como uma elevação geográfica, mas como uma ode à maravilha da vida selvagem, uma epopeia em que a natureza escreve sua própria história, e cabe a nós sermos seus cuidadores e defensores.

Aline Querolaine é doutoranda em Literatura, mestra em Ensino de Linguagens, especialista em Literatura Infantil, especialista em Braille e graduada em Letras 

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