Obras nas ZAPs animam a população

Moradores da ZAP 2, no bairro da Conquista, dizem não ter dúvidas quanto ao benefício gerado pelo projeto

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A costureira Iris Galdino mora há 22 anos na Conquista e está confiante no futuro. Foto: Gleilson Miranda

A costureira Íris Galdino de Souza é uma das mais antigas moradoras do bairro Conquista. Vive com o marido e filhos há 22 anos na rua Vitória, onde homens e máquinas mostram na prática o que é uma Zona de Atendimento Prioritário (ZAP), conceito criado pelo Governo do Estado para levar serviços básicos às comunidades que sofrem degradação social e ambiental.

Em Rio Branco, a Conquista se constitui na ZAP 2, uma região cujo povoamento começou há mais de vinte anos a partir de invasões de terra. Atualmente é um bairro consolidado com parte de suas construções edificadas às margens do igarapé São Francisco. No contexto de uma ZAP, a Conquista receberá ações estruturantes como saneamento básico, rede de esgoto, drenagem, pavimentação e urbanização de ruas, desocupação das margens do igarapé com a transferência das famílias para unidades habitacionais localizadas em outra área próxima ou no mesmo bairro, seguindo de recuperação ambiental das margens do rio, arborização e projetos sociais nas áreas de profissionalização, capacitação e educação em geral.

As ZAPs são um conceito estabelecido a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)  visando a implementação de políticas públicas de longo alcance em regiões que apresentam baixa urbanização e com assentamento precário; baixo capital social e com vulnerabilidade ambiental;  elevado número de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria e com alto índice de pessoas envolvidas em infrações, contravenções e crimes. Os investimentos em infra-estrutura e projetos de ação social  são  superiores a R$103 milhões e estão incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), implantado pelo Governo Federal para atender às demandas gerais do País.

A costureira Íris Galdino lembra os tempos de sofrimento,  os quais, espera ela, chegaram ao fim com as obras do PAC. "Aqui era um campo onde criavam gado. Depois que as pessoas começaram a chegar, andávamos sobre um trapiche", contou. O trapiche foi instalado pelo marido e serviu por anos seguidos de caminho seguro para os moradores da rua Vitória.  

Íris Galdino mora há tanto tempo no bairro que não se importa em deixar na varanda seu grande instrumento de trabalho, a velha Vigorelli com a qual produz tapetes e lençóis para ajudar no sustento da casa. "Sou tão antiga aqui que ninguém mexe no que é meu. As pessoas respeitam".  Há alguns anos, montou uma pequena taberna em casa. Com o movimento dos operários, o faturamento registrou leve aumento. Somando os diversos fatores, Íris se diz satisfeita com as obras: "vai ficar muito bom. Estou confiante que sim", afirma.

O engenheiro residente George Henrique acompanha passo a passo o ritmo das obras que começou oficialmente no último dia 23 de junho, quando o governador Binho Marques firmou com a Prefeitura de Rio Branco termo de parceria institucional para investimentos de R$103 milhões em cinco ZAPs. "As obras estão em um ritmo bom, dentro do cronograma", garantiu George.

Devido à dimensão das intervenções, os moradores e usuários das vias da Conquista devem estar alertas à sinalização para evitar acidentes.

O pedreiro Zulu: morando e trabalhando no bairro

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Uma ZAP se conceitua já em seu princípio. Uma das possibilidades contratuais é que a mão-de-obra seja recrutada na própria comunidade onde ocorrem as intervenções, o que eleva a oferta de trabalho e renda aos moradores como um todo.

Alcimar Oliveira Conceição, o "Zulu", se declara morador pioneiro no bairro da Conquista, onde vive há 21 anos no número 949 da rua José Magalhães. "Sou um dos fundadores", diz, expressando o prazer em morar na região onde se estabeleceu com a família.

Zulu é pedreiro profissional e trabalha para a construtora MAV responsável pelos lotes da ZAP 2. "Como morador do bairro e trabalhador desta obra, penso que todo mundo sairá beneficiado com ela", diz.

Não fique mais  na dúvida:  saiba o que é ZAP

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As Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) são  um conceito de política pública para levar serviços básicos e estruturantes às comunidades mais carentes do Acre.

As ZAPs surgiram a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o mapeamento mais detalhado que o Estado produziu acerca de seu território, população e recursos, naturais ou não.  Junto com as Zonas Especiais de Desenvolvimento (ZEDs) as ZAPs compõem os eixos do projeto sócio-econômico-ambiental que farão do Acre o melhor lugar para se viver na Amazônia em 2010.

As ZAPs urbanas estão localizadas em fundos de vale e as rurais estão em terras  indígenas, unidades de conservação, assentamentos tradicionais e assentamentos diferenciados.  Nas cidades, as ZAPs apresentam    baixa urbanização, assentamento precário com baixo capital social,  vulnerabilidade ambiental, elevado número de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria, e com alto  índice de pessoas envolvidas em infrações, contravenções e crimes.

ZAP 2 – CONQUISTA

Nº Famílias Nº de pessoas % de mulheres Chefe de Família Nº de famílias em situação de risco Renda média familiar (1 a 3 SM)

3.800

11.400

50%

333

A confiança de uma antiga moradora

{xtypo_quote}Depois de 22 anos morando aqui, só agora vejo tanta máquina e tanto homem trabalhando na minha rua. Tenho certeza que as coisas vão dar certo e o bairro vai melhorar. Quando chovia aqui alagava tudo mas agora vejo que isso não vai mais acontecer.

Maria do Socorro, dona de casa, moradora da rua Vitória, no bairro da Conquista.{/xtypo_quote}

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