O Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Acre se tornará uma unidade de referência da área para a região norte quando estiver finalmente pronto. O Acre é o primeiro estado da Amazônia a se preparar para ter um hospital desse porte. Cinquenta por cento da obra já está pronta e a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) acredita que até agosto deste ano a obra já esteja concluída.
Mesmo com as obras ainda em andamento, a secretária de Saúde, Suely Melo, conta que a Sesacre já trabalha na compra de equipamentos para começar a organizar o hospital. “No início do mês fomos ao Instituto Nacional de Traumatologia Ortopedia [Into, no Rio de Janeiro] e estamos trabalhando um projeto tanto para dotar o hospital com todos os equipamentos necessários ao atendimento traumatológico, como também para capacitar os profissionais que vão trabalhar ali dentro e para definir todos os processos de trabalho da Instituição, desde a parte cirúrgica até a de reabilitação”, conta Suely.
Foram garantidos R$ 7 milhões para a compra inicial de equipamentos do novo hospital. O trabalho de escolha e compra é feito em parceria com o Instituto de Traumatologia e Orotopedia do Rio de Janeiro (Into) e uma pressão maior está sendo feita junto ao Ministério da Saúde para que haja mais equipamentos como, por exemplo, um ressonância magnética. “Nós acreditamos que se tivermos mais tecnologia dentro do hospital a gente vai ser mais resolutivo, para que a gente possa de fato cobrir todas as necessidades de diagnóstico e de tratamento dos pacientes que por ventura venham sofrer de algum trauma de natureza óssea”, disse Suely.
A capacitação de funcionários já está sendo feita para que a unidade possa ter uma gestão eficiente e dinâmica. Uma equipe da Sesacre foi montada para trabalhar em parceria com uma equipe do Into e assim realizar os programas de capacitação que vão acontecer no Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Rio de Janeiro.
Funcionamento
Os atendimentos na unidade do Acre não serão ‘porta aberta’, ou seja, não atenderá emergências e pacientes sem encaminhamentos. Todos os pacientes serão encaminhados através das portas de urgência, pois o primeiro atendimento de trauma é realizado nos prontos-socorros de todo o estado e UPAs. Quando estiver em funcionamento, o hospital vai aliviar a pressão no pronto-socorro, realizando cirurgias, acompanhamentos e tratamento de pessoas com lesões ortopédicas.
Hoje o Acre vive um grave problema de saúde pública que são os acidentes de moto. Para se ter uma ideia, segundo a secretária Suely Melo, são registrados uma média de 30 a 40 pessoas acidentes de moto por semana que precisam ocupar os leitos de traumatologia do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco. Com o Into em funcionamento, a unidade de urgência faz o primeiro atendimento e encaminha o paciente para continuar o tratamento no hospital especializado, desafogando o sistema.
Fila do joelho
A fila para cirurgia de joelho ainda não foi zerada no estado, pois a cada dia surgem novos casos, o objetivo é na verdade diminuir o tempo de espera por esse tipo de atendimento. “Nós não temos, por exemplo, uma fila como no Rio de Janeiro, onde muitas vezes o paciente espera cinco anos por um atendimento desses”, disse Suely Melo. Mas a verdadeira dificuldade é a existência de apenas um médico especialista em joelhos no Acre, a expectativa é de em dois meses um novo especialista seja contratado.
A demanda é muito grande. Para tentar supri-la existe uma parceria entre governo do Estado e Into que realizam periodicamente o mutirão de cirurgia do joelho. Só ano passado foram feitas cinco. São cirurgias de maior complexidade, como colocação de cabeça de fêmur e as cirurgias de bacia e joelho.
Em 2012 foram realizadas uma média de 100 cirurgias de joelho. O governo espera que com mais alguns mutirões e com a vinda de dois profissionais de Manaus, até o fim do ano consiga diminuir de forma substancial o tempo na fila de espera, que pode chegar a seis meses. O que se espera é diminuir a fila de espera para um mês ou, no máximo, dois meses.