O peixe e o fortalecimento da indústria

Governo do Estado investe na criação da cadeia produtiva do pescado para gerar renda e fortalecer economia

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Pescado será processado e beneficiado no Acre, para aumentar a força de trabalho empregada e gerar mais renda (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O pescado terá um novo endereço e o peixe da Amazônia consumido no Brasil, e até na Europa, muito em breve, sairá dos tanques acreanos. A indústria pesqueira, que começa a se desenvolver e já nasce forte no Estado, em quatro anos deve gerar uma receita de R$ 1 bilhão de reais. Para chegar à cifra bilionária na economia acreana a fórmula será seguir a receita que já provou dar certo: investimento público, aliado ao privado e agregado ao esforço comunitário. Um modelo em que todos ganham.

Em sua propriedade de 46 hectares, Adorlar Gomes da Silva, que trabalha na terra há 21 anos, plantava arroz, feijão, macaxeira e produzia farinha. A típica agricultura tradicional, com o uso do fogo para o preparo do solo e necessidade crescente de abertura de roçados, derrubando a floresta. Com a nova lei ambiental, que aumentou a reserva legal para 80%, o produtor se viu obrigado a procurar alternativas para o melhor aproveitamento da terra. Decidiu, então, investir na piscicultura.

“Foi a coisa mais certa porque eu diminui a despesa e aumentei a produção. Na agricultura tradicional tem que botar muita gente para ajudar, o gasto e o cuidado é bem maior. O peixe não dá tanto trabalho e eu consigo cuidar sozinho”, explica. No ano passado, com os três tanques que mantinha desde o início da atividade, Adorlar retirou duas toneladas de peixe. Em 2011, após ter feito uma capacitação oferecida pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), e a abertura de dois novos tanques, um para alevinos e outro para engorda, a expectativa é de retirar cinco toneladas, o que vai gerar uma renda de R$ 25 mil por safra.

O governador Tião Viana iniciou seu mandato disposto a transformar a realidade econômica acreana a partir da industrialização. E o pescado será uma das indústrias fortes no Acre. “O peixe é o nosso futuro. Teremos um investimento global de R$ 60 milhões entre governo, iniciativa privada, produtores e organismos nacionais e até internacionais. Vamos mudar o endereço do peixe da Amazônia, oferecendo um peixe mais barato para o acreano e exportando para o país e até para a Europa”, explicou.

Indústria deve gerar receita de R$ 1 bilhão por ano

Mas, não basta incentivar a produção familiar para que a indústria do peixe se desenvolva no Estado e uma cadeia produtiva completa seja consolidada. O pescado será processado e beneficiado no Acre, para aumentar a força de trabalho empregada e gerar mais renda, com agregação de valor os produtores. Do peixe, será aproveitado do couro à carne, garantiu o governador: “Teremos uma indústria aqui no Vale do Acre e outra no Juruá, além da fábrica de ração, e vamos exportar o peixe com alto padrão de qualidade. Estamos estudando todo este processo de forma muito profunda e as bases para que isso acontecesse já foram feitas nos governos do Jorge e do Binho”.

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O governador Tião Viana iniciou seu mandato disposto a transformar a realidade econômica acreana a partir da industrialização. E o pescado será uma das indústrias fortes no Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A consolidação da cadeia produtiva na indústria pesqueira vai garantir ao Acre um grande crescimento econômico: “Nos próximos meses e até o início de 2012 já teremos 2,3 mil tanques funcionando. Temos a meta ousada de chegarmos a cinco mil tanques a médio e longo prazo. Isso vai garantir uma receita de R$ 1 bilhão por ano. É muita coisa para uma economia como a do Acre”, disse o governador.

Surubim, tambaqui e pirarucu serão as espécies que receberão mais atenção na indústria pesqueira, por serem peixes bastante valorizados no Brasil. Um quilo de surubim chega a custar mais de R$ 30 nos supermercados de Brasília. Lourival Marques, da Seaprof, aposta na redução do quilo do peixe também nas prateleiras acreanas. “Para garantir essa produção o Governo do Estado vai entrar com a construção dos tanques, assistência técnica, intermediação junto aos bancos para o crédito rural. O produtor paga o combustível, compra a ração e os alevinos”, explicou. A meta á construção de 2,5 mil hectares de lâmina d’água nos próximos quatro anos.

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