A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio do Departamento de Formação e Assistência Educacional e o Núcleo de Apoio à Psicologia Educacional e Escolar (Napee), desenvolveu projeto sobre medidas de prevenção ao bullying com crianças e adolescentes nas escolas Tancredo de Almeida Neves e Professora Clícia Gadelha, em Rio Branco.
O núcleo de psicologia elaborou o projeto de protagonismo juvenil de prevenção ao bullying e o desenvolveu nas escolas junto com os alunos que são formados para serem multiplicadores. A ação nasceu como uma estratégia de promoção a saúde mental e prevenção à manifestação de violência na escola.
O projeto é elaborado pelo Napee, em parceria com a escola, conforme a demanda que esta apresenta, a partir daí, o núcleo faz as intervenções e prepara os temas que serão abordados com os alunos. O projeto então é elaborado a partir das intervenções que o Napee realiza na escola e é adaptado de acordo com a realidade de cada escola.
Na escola Clícia Gadelha, por exemplo, foram trabalhadas temáticas sobre violência autodirigida, bullying, comportamento de autolesão e tentativa de suicídio com os alunos que estavam em estado de sofrimento, para que eles pudessem se identificar com alguns temas que lhe ajudem a superar seus conflitos.
Na escola Tancredo Neves, a equipe do Napee formou 19 estudantes do ensino médio com as temáticas: prevenção ao bullying, habilidades socioemocionais, respeito às diferenças étnico-raciais, protagonismo juvenil, dentre outras temáticas de promoção à cultura de paz no ambiente escolar.
Os alunos capacitados são multiplicadores e desenvolveram ações de intervenção positiva no âmbito escolar, utilizando recursos como palestras, oficinas e teatros como estratégias de prevenção ao bullying na escola, de forma que melhore o clima do ambiente escolar e favoreça o processo de ensino-aprendizagem.
Uma das atividades do projeto intitulado “Sou Único, Sou Especial” da Escola Tancredo Neves, foi a realização de um concurso de desenhos sobre o tema, com os alunos do ensino fundamental, onde 30 desenhos foram expostos para a escolha. Os alunos dos três melhores desenhos foram homenageados com certificados e, no dia 6, participarão de uma rodada de pizza e sorvete em uma pizzaria.
A aluna Kaline Pereira, da Escola Tancredo Neves, contou que antes ela se automutilava nos braços com lâminas e que o projeto a ajudou muito a superar os problemas familiares. “Eu me cortava bastante por causa dos problemas, com a minha família, meus pais, aceitação de amigos, de exaltação, mas, depois que fui acompanhada com os psicólogos do projeto, me ajudou muito. De certa forma, eu melhorei bastante, hoje já não me corto mais e os meus pais ficaram cientes do que estava acontecendo comigo e agora estão me ajudando”, concluiu.
“Tínhamos muitos casos de alunos depressivos, outros que se autolesionavam e temos também o caso de uma menina esquizofrênica e nós não sabíamos como lidar com ela. Somos licenciadas, não temos o conhecimento para tratar com esses alunos. Então, procuramos a ajuda dos psicólogos do Napee para nos auxiliar e nos mostrar uma direção. A partir do momento que eles fizeram as escutas, os alunos começaram a dar retorno positivo, começaram a melhorar o relacionamento com os colegas, com a equipe da escola e hoje não temos mais nenhum aluno se autolesionando”, comentou a professora Nilda Freire, coordenadora pedagógica da Escola Tancredo Neves.
A escola Clícia Gadelha deu nome para o projeto de “Rosa do Deserto”, envolveu 49 alunos e, nesta quinta-feira, 5, foi realizada a culminância do projeto com apresentações, homenagens e entrega de certificados. Apresentaram também o resultado do concurso de desenhos sobre a temática em exposição na escola, e os três melhores foram os vencedores.
Os gestores e coordenadores pedagógicos das escolas contam que, após a aplicação do projeto, as relações entre os alunos, professores e funcionários das escolas melhoraram bastante e até o rendimento escolar teve um grande avanço.
