Em sessão solene na manhã desta sexta-feira, 18, na Câmara de Vereadores de Rio Branco, foi debatido o Dia Nacional de Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. A data é lembrada todos os anos no combate ao abuso sexual de jovens e crianças em todo o país.
O gestor da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Nilson Mourão, fez uma apresentação aos parlamentares sobre os dados de exploração sexual infantil do Brasil e em particular no Acre.
Em sua fala na tribuna da Câmara, Mourão fez uma explanação de como está a situação do país no que se refere ao crime sexual contra o menor.
Segundo o gestor da Sejudh, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, por meio do Disque 100, registrou 60 denúncias de abuso sexual, 14 de exploração sexual e uma de pornografia infantil de crianças e adolescentes.
“Temos por objetivo mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes. Estamos atentos a essas práticas criminosas em que uma criança ou adolescente é usada para o prazer sexual de uma pessoa mais velha, ou seja, qualquer ação de interesse sexual, consumado ou não”, declarou Mourão.
Por que 18 de maio?
Em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo, com apenas oito anos de idade, foi sequestrada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, em Vitória, Espírito Santo. O corpo da criança apareceu seis dias depois e seus agressores nunca foram punidos. O desaparecimento da menina completa 45 anos neste 18 de maio de 2018.
Desde então, esse dia se tornou a data para que a população brasileira se una e se manifeste contra esse tipo de violência, que é uma das piores violações de direitos praticadas contra vidas humanas. Araceli se tornou uma das mais emblemáticas vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes no país.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que 250 mil crianças e adolescentes são vítimas de exploração sexual, o que movimenta cerca de 9 bilhões de dólares no mundo, ficando atrás em rentabilidade para o mercado ilegal de drogas e armas.
No Brasil, a cada 26,7 quilômetros há um ponto vulnerável de exploração sexual infantil, conforme índices da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Combate ao abuso sexual infantil no Acre
Em Rio Branco, diversas ações de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes são realizadas, entre elas, a conscientização da população por meio de panfletagens, abordagens educativas, , entre outros.
Nesta semana, a Polícia Civil do Acre realizou a Operação Luz na Infância 2, uma das maiores ações do mundo de combate à pedofilia, que ocorreu em todo o país e teve por objetivo encontrar materiais pornográficos em redes de internet. Pelo menos seis pessoas foram conduzidas às delegacias para prestar depoimento.
