São muitas as causas que podem levar as mulheres a enfrentarem sozinhas a difícil tarefa da maternidade: em algumas ocasiões trata-se de uma decisão própria, enquanto em outras é o destino que obriga a este importante papel. Visitando a Cidade do Povo, várias histórias se misturam.
Uma delas é a de Sueli Aparecida da Silva, 38. Mãe de dois filhos, aos quinze anos teve que abandonar os estudos para trabalhar como doméstica. Com os olhos cheios de lágrimas afirma que apesar das dificuldades é gratificante ser mãe.
“A mãe sofre pelo filho, a mãe luta pela felicidade do filho, a mãe gostaria de atrair para si todo sofrimento a fim de que o filho não sofra. Mas ser mãe não é só gerar, é criar, educar, dar amor, carinho, incutir responsabilidade, bons princípios, fé em Deus e na vida”.
Sueli Aparecida relata que, apesar das dificuldades, a vida também tem lhe surpreendido com momentos de alegria. “Sonhei ganhando uma casa com telhas de barro e da cor de tangerina”. Há um ano, seu sonho se tornou realidade. Foi contemplada com uma casa na Cidade do Povo, da cor e do jeito que sonhou.
“Foi inacreditável o que aconteceu comigo. O Acre tem um governo preocupado em oferecer uma vida digna para aqueles que não têm expectativa de melhoria por morar em áreas de risco. Hoje, o dinheiro que gastava com aluguel, pago uma faculdade particular de Administração de Empresas. Minha vida melhorou”, relata.
Mãe duas vezes
“Ser mãe não é tarefa fácil, imagina ser mãe duas vezes”. É assim que a dona de casa Maria José da Silva Oliveira, 50, se refere à criação dos filhos e dos netos. Ao longo dos últimos 30 anos garantiu o sustento dos três filhos. Atualmente cuida de duas netas.
“Sou feliz em ver meus filhos encaminhados na vida. Passamos por dificuldades, mas não desistimos e seguimos em frente. Ser mãe é a tarefa mais sublime desta vida, cheia de momentos incríveis”.
Mulheres à frente
O percentual de famílias chefiadas por mulheres no país passou de 22,2% para 37,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento se deve a uma “mudança de valores relativos ao papel da mulher na sociedade e a fatores como o ingresso maciço no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior, combinados com a redução da fecundidade”.