Músico baiano e sua banda animam a maior festa junina do estado
O Arraial Cultural se tornou uma das maiores festas populares do Acre. Por isso, esse ano ele vem com o tema "Tradição, Cultura Popular e Acreanidade", inspirado nas culturas e festas típicas dos seringais. O Arraial acontece de 29 de junho a 5 de julho, sempre a partir das 18h30, no estacionamento da Arena da Floresta. O evento contará com uma grande decoração, o já tradicional concurso de quadrilhas, show com artistas locais, Palco da Saudade do Seringal e o Terreiro dos Quitutes, uma ampla praça de alimentação só com comidas típicas. Além de tudo isso, o Arraial traz o imperdível show do músico Moraes Moreira e banda. Ele se apresenta no sábado, 04 de julho, a partir das 21h30, no palco do Estacionamento Arena da Floresta.
Moraes Moreira tem mais de 30 anos de estrada, mais de 40 discos lançados juntando a carreira solo e o grupo Novos Baianos e cerca de 500 músicas de sua autoria, isso sem falar nas músicas gravadas com outros artistas da MPB. Aliás, o cantor não é só uma das grandes caras do MPB, como também das festas juninas, já que desde muito jovem, Moraes começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e outros eventos de Ituaçu, o "Portal da Chapada Diamantina".
A força dos Novos Baianos
Na adolescência, Moraes Moreira aprendeu a tocar violão enquanto fazia curso de ciências em Caculé, . Mudou-se para Salvador onde deveria prestar o vestibular de medicina, mas acabou se entregando à música, e lá conheceu Tom Zé entrando em contato com o rock n’ roll. Mais tarde, ao conhecer Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvã, formou o conjunto Novos Baianos, onde ficou de 1969 até 1975.
Juntamente com Luiz Galvão, Moraes Moreira foi compositor de quase todas as canções do grupo. Um de seus álbuns, "Acabou Chorare", lançado pela banda em 1972, foi considerado pela revista Roling Stone Brasil como um dos 100 melhores álbuns da história da música brasileira. Moraes se enquadra entre um dos mais versáteis compositores do Brasil, misturando ritmos como frevo, baião, rock, samba, choro e até mesmo música erudita.
A Carreira Solo
Moraes Moreira resolveu sair dos Novos Baianos e ingressas na carreira solo em 1975, e desde então já lançou mais de 20 discos até hoje. No início participou de trios elétricos onde fez história, cantando no Trio de Dodô e Osmar, além de lançar inúmeros sucessos de músicas de carnaval, no que se convencionou chamar de "frevo trieletrizado". Alguns dos sucessos dessa fase são "Pombo Correio", "Vassourinha Elétrica" e "Bloco do Prazer".
Por achar que o carnaval baiano estava se tornando comercializado demais pela indústria do turismo, se afastou dos trios elétricos durante os anos 80. Passou a produzir novas obras, entre elas "O Brasil Tem Concerto", influenciado pela música erudita, sendo chamado em seguida para o especial da MTV "Moraes Moreira Acústico", mais tarde transformado em CD.
Em 1997, gravou um disco carnavalesco em que comemora seus 50 anos, "50 carnavais" e dois anos depois lança o disco 500 sambas em homenagem aos 500 anos de descobrimento do Brasil. No ano 2000 lançou o disco "Bahião com H", tocando o baião com seu característico sotaque baiano. Em 2003 completou sua trilogia que tinha como tema o Brasil, e incluía os três álbuns "Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira" (1979), "O Brasil Tem Concerto" (1994) e "Meu Nome é Brasil" (2003). Em 2005 lançou o surpreendente disco "De repente", misturando hip hop com repente nordestino e o swing característico de seu violão.
No ano passado, Moraes partiu para a literatura e lançou o livro "A história dos Novos Baianos e outros versos" em que conta a história do grupo que marcou sua carreira em literatura de cordel e curiosidades sobre as músicas de sua carreira solo. Saiu então pelo Brasil em turnê com show homônimo, tocando os maiores sucessos de sua carreira e recitando trechos do livro, que em 2009 foi transformado em DVD e CD.