O Acre tem em torno de 13% da população adulta que ainda não está alfabetizada. Mudar esse número é, principalmente, mudar a vida das pessoas. Entre os alfabetizadores, diferentes perfis. Um deles chama a atenção. É o caso da professora Creusa Crispim Rabêlo, que tem 58 anos de idade. “Mesmo aposentada, procurei o Alfa 100 para continuar transmitindo esses conhecimentos”, disse.
O Alfa 100, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) em parceria com o programa federal Brasil Alfabetizado, é responsável pela alfabetização de pessoas com idade a partir dos 15 anos. Para atuar no programa, os alfabetizadores recebem uma bolsa de R$400,00. Ao longo do ano, eles participam de formações e recebem orientações no planejamento e na aprendizagem dos alunos.
As aulas do programa são ministradas em espaços alternativos. Assim, casas, igrejas, salões comunitários e outros ambientes são adaptados e se transformam em salas de aula. Espaço que a dona-de-casa Maria de Fátima Souza aproveita muito bem. Ela morava num seringal, na cidade de Feijó, e não estudou na juventude. Hoje, aos 54 anos de idade, é uma das alunas mais entusiasmadas. “Esta oportunidade veio para mim e eu aproveitei porque ainda me considero nova e quero muito aprender”, revelou.
Com a própria história de vida a professora estimula os alunos, todos adultos e alguns idosos. Creusa Rabêlo representa parte do esforço do governo do Acre que fez com que o número de professores sem formação passasse de menos de 1/3 com nível superior para atingir a marca de 94% dos professores com nível superior. “Quando comecei a dar aulas não era formada. Depois participei do programa de formação de professores do Estado, concluí a faculdade de matemática e atuo como voluntária há 7 anos”, explicou. O que a motiva a continuar? “Ajudar a melhorar a autoestima e conhecimento dos meus alunos”, concluiu.