O número de alunos inscritos para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Cruzeiro do Sul cresceu 33% em relação ao ano passado, saltando de seis mil inscritos para mais de nove mil. Eles farão as provas nos dias 26 e 27 deste mês em 26 escolas cadastradas. Usado no início apenas para avaliar o ensino médio, o Enem hoje abre muitas portas, o que faz com que cada vez mais alunos optem por fazer a prova. Para a representante em Cruzeiro do Sul do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), Márcia Sulamita, isso significa que o ensino médio está melhorando, o que torna os alunos mais exigentes: “Eles querem entrar na faculdade, querem continuar sua vida estudantil e se preparar para o mercado de trabalho”.
Márcia aponta as vantagens de quem faz o Enem: O Sistema de Seleção Unificada (Sisu), por exemplo, é um sistema que abre portas para que o aluno, com a nota do Enem, ingresse nas universidades públicas. Outro programa atraente é o Programa Universidade para Todos (Prouni) que, também por meio da nota do Enem concede bolsas para que o aluno estude em universidades particulares. Em 2011 surgiu o programa Ciências Sem Fronteiras, possibilitando aos alunos destacados estudar em países como Portugal, Espanha, Inglaterra e outros, de acordo com sua nota no Enem.
Márcia explica que, além disso, o Enem serve para identificar talentos: “Por meio da nota do Enem você sabe a potencialidade que o aluno tem e isso pode ser trabalhado de forma individual de acordo com a necessidade. Quando ele é especial e tem um crescimento maior que os outros, ele precisa de um atendimento diferenciado”.
Investimentos
Para Márcia, o governo tem investido muito no professor. São os cursos de capacitação, escolas equipadas com laboratório de informática, internet banda larga; o Núcleo de Tecnologia (NTE) pronto para capacitar os professores para que façam uso dessas ferramentas.
Além disso, a Olimpíada dos Jogos Digitais (OJE), em que o aluno brinca e aprende ao mesmo tempo, tem melhorado o desempenho dos alunos. Todos os campeões da OJE do ano passado passaram com notas excelentes e foram emancipados, ou seja, conquistaram sua vaga em curso superior sem terem terminado o ensino médio. Um aluno ainda passou no concurso dos bombeiros. Outros avanços citados por Márcia são o Centro de Línguas e o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) que capacita professores na área de informática.
Cuidados na hora da prova
Uma semana após a realização da prova é costume ser lançado um gabarito preliminar e os resultados saem no mês de novembro, e podem ser encontrados na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Em Brasília, a prova começa às 13h e no Acre às 11h tendo em vista que já estará em vigor o horário de verão. A novidade neste ano é que o aluno tem que levar o CPF, além de documento original com foto. Mas atenção, não vale levar protocolo de quem tirou a carteira de identidade.
Márcia ainda recomenda que os alunos usem roupa leve, só comam comida leve antes da prova. “Outra dica é ir ao banheiro antes de começar a prova, isto porque só pode entrar um de cada vez e isto pode fazer o aluno perder tempo”. A caneta tem que ser transparente e de preferência com tinta preta que é mais facilmente reconhecida pelo leitor óptico.
Escola ligada no Enem
Cristina Ennes é a diretora da maior escola de ensino médio de Cruzeiro do Sul, a Dom Henrique Ruth. Ela conta que desde a primeira série a escola começa a trabalhar visando o exame. No planejamento os professores recebem imediatamente as matrizes do Enem, já fazendo o comparativo com os cadernos curriculares do Estado.
Outro ponto importante da preparação são as avaliações bimestrais em que os professores fazem questões relacionadas ao Enem. Durante o bimestre, o professor vai trabalhando questões e textos que fazem referência técnica à avaliação nacional. Agora, na reta final, a escola está trabalhando com um simuladão. Ela cita ainda como importante um site da Secretaria de Educação em que os professores podem trabalhar as questões do Enem.
O estudante Leonardo Oliveira da Silva está no 3º ano do ensino médio na Escola Dom Henrique. Ele elogia os professores e a escola como um todo e diz que a preparação foi difícil e começou já no primeiro ano.
“A greve atrapalhou bastante, mas como tenho internet em casa fiquei estudando, baixando vídeos, porque o aluno do terceiro ano não deve ficar esperando somente pelos professores. O conhecimento é algo que se constrói e temos que buscá-lo”.