Mais Cultura em comunidades indígenas

No Acre serão implantados 10 Pontos de Cultura

 

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Meta do Programa Mais Cultura é implantar até 2010, em todo o país, 150 Pontos de Cultura (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O Seminário Roda de Conversa marca o início do processo de implementação dos pontos de cultura nas aldeias indígenas. O projeto desenvolvido em parceria pelo Ministério da Cultura, Fundação Nacional do Índio e pela Associação Cultura e Meio Ambiente (ACMA) – Rede Povos da Floresta tem a proposta de incentivar o uso de novas tecnologias pelas comunidades indígenas como ferramenta para a preservação e fortalecimento das identidades culturais.

Nessa primeira etapa do processo de implantação dos primeiros 30 Pontos de Cultura em comunidades indígenas de cinco estados: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima, serão disponibilizados 30 Pontos em diferentes terras indígenas.  A meta do Programa Mais Cultura é implantar até 2010, em todo o país, 150 Pontos de Cultura. O investimento inicial é de R$ 6,4 milhões. Outros 60 Pontos de Cultura Indígenas serão implantados até o final de 2009, e os 60 restantes até 2010.

De acordo com a coordenadora da Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ana Maria Villaubea, a ideia é dinamizar o olhar para as culturas indígenas de forma a trabalhar a valorização cultural a partir dos povos, oferecendo ferramentas que viabilizem essa proposta.

“Nesse encontro estamos buscando consenso com os representantes indígenas para que os pontos de cultura atendam as reais necessidades. As características dos pontos serão definidas por eles”, destacou a coordenadora.

O kit multimídia é composto por computador com acesso à Internet banda larga, leitor e gravador de DVD, monitor 17 polegadas, teclado, mouse, par de caixas de som e placa de vídeo para edição; servidor, placa de rede, cabos, conectores, nobreak, webcam, fone de ouvido com microfone, placa de captura de vídeo, material para montagem de rede e estabilizador; filmadora digital, câmera fotográfica digital, microfone supercardioide, bateria para filmadora, fone de ouvido e fita minidv; kits de painel fotovoltaico, bateria, controlador de carga, módulo solar e inversor de voltagem de 12vcc para 110 V.

“Para a Funai é básico valorizar as comunidades indígenas a partir da preservação da identidade cultural e material”, garantiu o pesquisador Nelmo Roque Scher. De 10 a 12 de junho, a roda será realizada no Centro Yorenka Ãtame, em  Marechal Thaumaturgo.

A comunicação entre os povos

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O Assessor para Assuntos Indígenas do Governo do Estado, Francisco Pianko, afirma que a ferramenta tira os intermediários e significa grande avanço para as comunidades (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Os Pontos de Cultura Indígenas se constitui em uma importante ferramenta de comunicação para fortalecer e valorizar a cultura indígena. Através da internet as comunidades poderão trocar informações, conhecer e socializar projetos elaborados por índios ou não, tomar conhecimento de políticas públicas, enfim terão relação mais direta com as informações do mundo digital.

“Importante ressaltar que a ferramenta de trabalho chega em um momento no qual as comunidades saberão como utilizá-las. Isso é um grande avanço tira os intermediários, de forma a permitir que a informação chegue mais rápido, tanto de fora das aldeias, como as informações das comunidades para o mundo”, destacou o assessor especial para Assuntos Indígenas, Francisco Pianko.

Para a coordenadora de educação da Comissão Pró-Índio, Vera Olinda, o trabalho de articulação e fomento de debates realizado pela Rede Povos da Floresta será ampliado com o incremento dos Pontos de Cultura, com o uso da informática como ferramenta. “Os povos indígenas já vêm discutindo temas diversos tendo como transversalidade a cultura. A internet oferece mais funcionalidade ao processo de valorização da cultura”.

A aldeia São Joaquim, localizada em Jordão, terá implantado um dos dez Pontos de Cultura do Acre. José Kaxinawá falou da importância do processo de conscientização para que as comunidades aprendam a usar as ferramentas em benefício próprio. “Vamos incentivar nossos professores a divulgaram seus trabalhos na internet, registrar nossos documentos e pesquisas. Conhecer o valor da internet para fortalecer a cultura indígena”.

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