Christian Pfaff é a esperança de uma família de haitianos. Ele tem 24 anos e é o primogênito de três irmãos, um casal de 14 e 12 anos de idade. Estudou engenharia e tem especialização em construção resistente a abalos sísmicos, mas estava há muitos meses sem emprego, devido à devastação do Haiti. Quando chegou ao ponto de passarem dificuldades e fome, família e amigos decidiram vender tudo o que tinham para que ele tivesse uma chance no Brasil.
“Não há trabalho. Toda a família depende de mim. Eu posso trabalhar em qualquer coisa, em qualquer lugar, só preciso de uma oportunidade”, diz o haitiano. Pfaff veio para Rio Branco no último ônibus que saiu de Brasileia, no dia que foi lacrado o abrigo do município. Veio sozinho do Haiti lutar pela sobrevivência e há duas semanas está na expectativa de construir um futuro melhor.
Os imigrantes argumentam que o Brasil, quando passa por dificuldades, passa por crise, mas sai. No Haiti não há perspectivas. Os imigrantes estão vindo ao Brasil por vias ilegais, mas todos estão sendo encaminhados para a Polícia Federal para realizar o pedido de refúgio. A ajuda humanitária que estão recebendo da gestão é tudo o que têm nesse momento.
“Vocês, que são jornalistas, divulguem que tem pessoas aqui que não sabem para onde ir e querem trabalhar”, diz o senegalês Moussa Faye. O abrigo no Parque de Exposições, em Rio Branco, está com 290 imigrantes nesta terça-feira,29, e segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos Nilson Mourão, há a perspectiva de saída de mais um ônibus nesta quarta-feira, 30.