Lula e Marina pedem a parlamentares do G8+5 apoio ao Fundo da Amazônia

A ministra Marina Silva lembrou as ações que permitiram reduzir as taxas de desmatamento em 59% nos últimos três anos e disse que espera manter linha decrescente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reiteraram nesta quinta-feira (21), em Brasília, para uma platéia de cerca de cem parlamentares de países desenvolvidos e emergentes (G8+5), a importância da criação do Fundo de Proteção e Conservação da Amazônia. A iniciativa foi apresentada pelo Brasil na Conferência das Partes sobre o Clima em Nairobi (2006) e Bali (2007), como forma de compensação voluntária para os países que diminuam a emissão de CO2 através da redução das taxas de desmatamento.

O Fórum Internacional de Mudanças Climáticas, no Itamaraty, reuniu legisladores dos sete países mais ricos do mundo e Rússia, além dos emergentes Brasil, China, Índia, África do Sul e México. O objetivo do encontro é elaborar um documento com propostas de enfrentamento das mudanças climáticas a ser levado para a próxima reunião do G8, em julho, no Japão.

Durante seu discurso, Lula defendeu que os países desenvolvidos, além de cumprirem suas próprias metas de emissão, devem apoiar os esforços que já estão sendo realizados pelo Brasil, cujos resultados beneficiam todo o planeta, como a redução de CO2 na atmosfera, a manutenção do ciclo de chuvas e a necessária conservação da biodiversidade.

Segundo o presidente, é preciso que os países do G8 cumpram as metas do Protocolo de Quioto e apóiem os esforços brasileiros. Lula defendeu, ainda, que eles paguem os custos da redução desmatamento e da proteção das florestas por meio de contribuição voluntária.

O presidente disse que nos últimos quatro anos o Brasil investiu mais de US$ 250 milhões no combate ao desmatamento da Amazônia, "uma quantidade de recursos inédita, mas muito aquém do necessário para reverter totalmente o quadro da região". Lula destacou que o Brasil espera manter as taxas de redução de carbono oriundas de desmatamento e, com isso, se credenciar para captar US$ 1 bilhão/ano até 2012, através do Fundo, que será lançado nos próximos meses. "Serão recursos destinados integralmente para combater o desmatamento e mudar o modelo de desenvolvimento a partir do uso sustentável das nossas florestas", destacou o presidente.

A ministra Marina Silva, além de defender a criação do Fundo, lembrou as ações que permitiram reduzir as taxas de desmatamento em 59% nos últimos três anos e disse que espera manter linha decrescente, mesmo depois do incremento de 10% no desmatamento nos últimos quatro meses de 2007, detectado pelo monitoramento do INPE. "Acendemos a luz amarela e estamos implantando medidas para enfrentar este aumento", disse. Segundo a ministra, a expectativa é conseguir uma redução do desmatamento também em 2008.

Marina destacou que o governo está enfrentando o desmatamento ilegal com uma "agenda de força", de fiscalização, repressão e penalização dos desmatadores e, ao mesmo tempo, investindo em alternativas de desenvolvimento sustentável. Ela informou, ainda, que a Noruega deve ser o primeiro país a contribuir com o Fundo e disse esperar outros governos, empresas e pessoas físicas repitam o gesto. Segundo a ministra, o Brasil não busca apoio para iniciar um esforço, até porque já tem uma redução de 500 milhões de toneladas de CO2. E sim para aumentar este valor, o que depende de um aporte de recurso na forma de um incentivo positivo.

A reunião de legisladores do G8 e mais cinco economias emergentes é organizada pela Globe – Organização Mundial de Legisladores para um Ambiente Equilibrado. O objetivo do encontro de parlamentares é elaborar um documento com propostas de enfrentamento das mudanças climáticas a ser levado para a próxima reunião do G8, em julho, no Japão.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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