Lacen e Creme são reinaugurados depois de reforma

Em novas instalações, laboratório e farmácia especializada elevam qualidade da saúde pública no Acre

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Reforma e ampliação do Lacen foi entregue pelo governador Binho Marques na última segunda-feira, 20, que inspecionou todas as instalações do laboratório (Fotos: Gleilson Miranda/Secom)

Equipamentos do sistema de saúde pública do Estado, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e o Centro de Referência para o Programa de Medicamentos Especializados (Creme) receberam intervenções que fazem referência para atenção básica e especializada em todo o  Estado. O Lacen passou por obras de reforma e ampliação ao longo dos últimos anos e o Creme, que funcionava de modo inadequado em um prédio da Rede Frios, teve sua sede totalmente construída.

O Lacen foi criado em 1977 e é de fato  uma unidade  para todos os municípios do Estado,  que presta serviços laboratoriais  relacionados às  vigilâncias epidemiológica,  ambiental em saúde,  sanitária e assistência médica, tendo ainda como competência coordenar, supervisionar e implementar as atividades de toda a rede estadual de laboratório.

Em 2007 o Lacen  iniciou um processo de mudança do perfil de sua rede visando  assegurar melhores condições de funcionamento de toda a rede. Com essa nova proposta, quase dobrou sua capacidade  diária de atendimento, saltando de 250  para 450 usuários. Mesmo sendo uma unidade de saúde pública, o Lacen absorvia a demanda dos exames de análises clínicas e a partir de 2009 começou negociação com a Prefeitura de Rio Branco  para que estes exames fossem realizados pelo Centro de Apoio e Diagnóstico, processo  concluído a partir de agosto de 2010. Hoje, o Lacen realiza cerca de 35 mil exames, com prazo de emissão de resultados adequado à realidade do Acre. De 2007 a 2010 já foram realizados 3.000.000 de exames.

Com a descentralização dos exames de análises clínicas para o município, o Lacen passou então a implar novos diagnósticos na sua área de atuação, o que, de acordo com Tiago Viana, coordenador do laboratório,  há muito já necessitava destes investimentos.  Do período de 2008 a 2009 foi realizado a reforma e ampliação de toda a unidade, o que demandou  um investimento de cerca de R$ 1 milhão. Nesses valores se inclui a  aquisição de móveis e equipamentos, modernizando toda a estrutura operacional. Ainda em 2008 foi implantado o Sistema da Gestão da Qualidade, fundamental para melhoria dos serviços prestados, pois visa atender aos requisitos da norma 17025 que regula o funcionamento de  todos os laboratórios.

A reforma e ampliação do Lacen foi entregue pelo governador Binho Marques na última segunda-feira, 20, que inspecionou todas as instalações do laboratório. Aos funcionários, Binho pediu desculpas pelos transtornos típicos de reformas e elogiou o trabalho desenvolvido na unidade. "Muito obrigado por vocês terem feito opção pela saúde. Esta tarefa não é pequena.   Pessoas nobres fazem opção por ela", disse o governador.

Selo de qualidade: segurança para usuários sistema

Em 2009 e 2010, o Lacen obteve  o selo  Qualidade de Ensaios de Proficiência,    emitido pela Controlab, primeira empresa provedora de Ensaio de Proficiência da América Latina. Em abril de 2009 foi implantado o  Sistema de Gerenciamento Laboratorial (GAL) visando dar mais agilidade à rotina do Lacen. Em 2010, houve a  implantação do PCR do HBV. Neste mês de dezembro iniciou-se o  isolamento viral da Dengue. Trata-se do primeiro laboratório público a ganhar a certificação.

Tudo credencia o Lacen a ser referência não só para o Acre como também para Rondônia, de onde vem demanda para confirmação de exames. O Lacen mantém importantes parcerias com  várias instituições, inclusive o Instituto Evandro Chagas, que está implantando um núcleo em Rio Branco e utiliza a estrutura do  laboratório acreano para sua rotina até que a sede própria esteja construída e a logística montada.  "O Lacen serve como apoio ao instituto", confirmou Tiago Viana.

Creme: 5,2 mil acreanos recebem remédio de alta especializado

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Centro de Referência para o Programa de Medicamentos Especializados (Creme), que se configura na nova instalação da central de dispensação dos medicamentos especiais do Estado (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O governador Binho Marques inaugurou também o Centro de Referência para o Programa de Medicamentos Especializados (Creme), que se configura na  nova instalação da central de dispensação dos medicamentos especiais do Estado. O centro atende a 5,2 mil  usuários da capital e interior cadastrado no Programa de Dispensação  de Medicamentos Especializados da Assistência Farmacêutica.

No local, passam a ser feitos os novos cadastros, perícia e entrega de medicamentos aos usuários inscritos no Programa. O Creme tem capacidade para realizar até 250 atendimentos por dia, incluindo os novos cadastros de usuários de outros municípios.   Com a nova unidade, os usuários passam a contar com mais conforto ao se cadastrar e retirar os medicamentos, pois o espaço tem ambiente climatizado. Além disso, com a ampliação do número de servidores houve um aumento no atendimento, com  redução de filas e do tempo de espera.

No novo espaço, o atendimento é feito por meio de sistema informatizado, que integra ainda o estoque de medicamentos. Assim,  a saída do medicamento entregue, por exemplo, é registrada e dada baixa. Com isso, será possível um controle maior do estoque. A unidade também conta com sistema de arquivo de documentação e acompanhamento dos usuários cadastrados. Além disso, o espaço foi planejado para atender portadores de deficiência física e visual. "É um espaço simples,  bem funcional em que a pessoa se sente acolhida", disse o governador. 

Para o secretário de Saúde, Osvaldo Leal, o quadro hoje é completamente diferente de tempos passados. "As coisas melhoraram não só na parte física mas na assistência farmacêutica. É o anúncio da permanência e consolidação de que essa assistência  irá continuar", disse Leal.

Investimento  mensal de R$750 mil para manter medicação

O Programa de Dispensação de Medicamentos Especializados  funciona como estratégia da política de assistência farmacêutica, que tem por objetivo disponibilizar medicamentos para usuários do Sistema Único de Saúde para tratamento de doenças específicas, que atingem um número limitado de pacientes, os quais na maioria das vezes fazem uso destes remédios por períodos prolongados com custos elevados individualmente. "Como exemplo, temos dois casos de gigantismo que utilizam medicamentos do programa", informou Rossana Freitas, gerente estadual de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde.

Entre as patologias incluídas neste programa estão insuficiência renal crônica, hepatite viral B,C e Delta, artrite, problemas de crescimento, profilaxia da reinfecção pelo vírus da hepatite B pós-transplante de fígado, esclerose múltipla, entre outras. Imunossupressores para pacientes transplantados também fazem parte da grade de medicamentos especializados do Estado. O Governo do Acre aplica mensalmente cerca  de R$ 500 mil  e conta com a contra partida do Ministério da Saúde de R$ 250 mil.

 

 

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