O resgate dos vínculos familiares é um dos principais focos das medidas socioeducativas. Por isso, o governo do Estado, por meio Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), realizou uma manhã de domingo, 20, para as crianças no Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef).
Filhos, irmãos, sobrinhos e primos dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa foram os convidados de honra da festa. Uma alegria para quem não comemorou o Dia das Crianças.
As atividades incluíam contação de história, pintura em pele, gincana, pula-pula, banho de piscina, torneio de futebol, teatro e fantoche. Uma ação que contou com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para realizar cortes de cabelo na unidade.
Participaram também do evento os socioeducandos e familiares de outros Centros Socioeducativos. Uma oportunidade única para quem não dava valor a esses momentos, como a dona de casa Iranilde Nascimento, 42, mãe de um adolescente em medida de semiliberdade. “Desde que chegou a este lugar o meu filho tem melhorado, compreendido algumas regras. Esses eventos, que a direção da unidade realiza, acabam nos aproximando. Hoje, por exemplo, eu trouxe os meus três netos para brincarem. Muito bacana esse trabalho”, elogia.
De acordo com a diretora do Casef e idealizadora do evento, Cíntia Pontes, trabalhar as crianças ligadas aos socioeducandos pode diminuir os riscos de eles irem pelos mesmos caminhos dos atos infracionais. “Engraçado que a gente se diverte com o vizinho, se diverte com os amigos, mas dentro de casa isso acaba se rompendo devido à dureza do dia a dia. Pensando nisso, estamos fazendo atividades de integração para as famílias, torneios de futebol entre pais e filhos”, afirma.
De acordo com o presidente do ISE, Henrique Corinto, apostar na promoção de atividades com o envolvimento das famílias é indispensável para o sucesso da socioeducação. “É preciso criar situações de confiança entre os dois lados. Essas mães sofreram muitas decepções ao verem seus filhos parando em um local como este. Algumas até pensam em desistir de educá-los. Nós tentamos resgatar o bom convívio ou mesmo criá-lo, levando em consideração que a relação de algumas famílias é bem conturbada”, finaliza.
