As drogas devem ser legalizadas? O maior prejuízo social no âmbito das drogas se dá com o tráfico ou com os problemas de saúde decorrentes nos usuários? A droga é um mal em si ou o processo de adicção é que é o problema? Por que tanta gente procura drogas? Polêmicas, essas questões foram discutidas na manhã desta sexta, 31, em reunião promovida pelo Instituto Ecumênico Fé e Política, na Biblioteca Pública de Rio Branco.
Tanto o dispositivo como a plateia foram integrados por representantes de diversas correntes ideológicas, desde as mais libertárias até as mais conservadoras. “A sociedade está em crise e o uso da droga é uma das faces dessa crise”, disse o palestrante Fernando Peres, professor de Antropologia na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Já o presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen), Mário Elder de Lima, apresentou as cinco frentes em que a entidade atua no combate à drogadicção: repressão, tratamento, prevenção, redução de danos e estudos e pesquisas. “Esses aspectos precisam ser trabalhados em conjunto”, afirmou.
O deputado federal Alan Rick se disse contrário à legalização. “Meu mandato está à disposição das entidades de recuperação de dependentes”, frisou. O evento abriu, ainda, espaço para testemunhos de membros de várias denominações religiosas e da sociedade civil.
“Foi um encontro democrático e enriquecedor, uma excelente oportunidade de contrapor posições diferenciadas. Quem estava na mesa deu seu recado e quem estava na audiência também”, avaliou Manoel Pacífico da Costa, secretário-geral do Instituto Ecumênico.