Imac contribui para o processo de ressocialização de reeducandos

O governo do Estado, por meio do Instituto de Administração Penitenciária, desenvolve inúmeros projetos voltados à ressocialização de reeducandos por meio de cursos, incentivo à leitura, capacitações, entre outros. Um dos destaques desses projetos, é a horticultura, projeto que ganhou mas um grande parceiro: o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).

Na última semana, equipes do órgão visitaram o espaço conhecido como Fazendinha, área agrícola pertencente ao sistema penitenciário em Rio Branco, para acompanhar a projeção do espaço feita com insumos oriundos de apreensões do órgão.

Para manter a floresta em pé e o baixo índice de desmatamento, o governo do Estado e os órgãos ambientais realizam diversas ações de combate a praticas de crimes contra o meio ambiente.

Em pontos estratégicos, são realizadas fiscalizações diárias para coibir as derrubadas e o transporte de madeira sem autorização legal. Durante as ações, quando identificadas irregularidades, todo o produto é apreendido e fica à disposição para ser doado mediante processo legal com a devida destinação. Depois da doação, o órgão verifica a forma como o beneficiário está utilizando o produto.

Fazendinha recebe doações de madeiras apreendidas pelo Imac (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

“Uma das funções do Imac [Instituto de Meio Ambiente do Acre]  é apreender produtos ilegais relacionados ao meio ambiente e depois dar a destinação desses bens apreendidos. Há todo um processo burocrático que atende às normas de doação. A partir disso, verificamos in loco a utilização desses produtos. Aqui  na Fazendinha, os responsáveis pelo local felizmente nos surpreendem, pois é um projeto que favorece toda a sociedade com a ressocialização dessas pessoas”, pontua o diretor do Imac, Paulo Viana.

A Fazendinha

A Fazendinha é uma área de 2,8 hectares situada ao lado do presídio estadual Francisco de Oliveira Conde. O projeto nasceu de um grupo de agentes penitenciários que buscavam alternativas de trabalhar formas de ressocialização de reeducandos por meio do trabalho agrícola, com apoio da direção e atual gestão da unidade foi criada a Fazendinha.

Com apenas oito meses de uso, o local a cada dia vai sendo estruturado. Para tanto, algumas parcerias são necessárias para fomentar o projeto. A doação de madeiras feita pelo Imac permitiu a criação das pequenas construções existentes na área.

“O objetivo desse projeto é a readaptação dos presos, uma vez que eles passam anos numa estrutura prisional fechada e quando cumprem suas penas acabam voltando com uma identificação social novamente. Essa iniciativa é fundamental para a construção de uma nova identidade do apenado. O Iapen vai continuar fomentando e investindo nesse processo de frente de trabalho”, destacou o diretor-presidente do Iapen, Aberson Carvalho.

“Sem a parceria com o Imac o projeto não teria avançado em tão pouco tempo de existência” (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

De acordo com os técnicos responsáveis, a proposta é tornar o ambiente um centro penitenciário agrícola, a fim de alcançar o maior número de presos no processo de ressocialização.

“Nossa intenção é qualificar. Acreditamos que a chave para a ressocialização é a capacitação, e queremos preparar essas pessoas para o mundo profissional lá fora. Estamos apenas com oito meses trabalhando nesse projeto e já temos fruto dele. Nossa ideia é proporcionar a oportunidade aos reeducandos de outros presídios do estado”, destacou o técnico agrícola Vladimir Brito Rocha.

Ainda de acordo com o técnico, sem a parceria com o Imac o projeto não teria avançado em tão pouco tempo de existência. “Estamos estruturando toda essa área com um projeto ousado, e sem a parceria do Imac teria sido difícil alcançar o que hoje já existe naquela área. Somos muito gratos a esse grande parceiro”, disse.

O valor adquirido com a venda da produção na Fazendinha os técnicos pretendem investir na aquisição de insumos para os animais e pequenas demandas da unidade prisional.

Atualmente, cinco reeducandos mantidos em regime fechado que apresentam bom comportamento e estão prestes a cumprir a pena fazem parte do projeto. Eles auxiliam nas atividades com orientação de técnicos agrícolas e uma engenheira agrônoma, realizando o manejo de aves, suínos e ovinos, além de mudas frutíferas e hortaliças.

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