Na última quinta-feira, 30, o Hospital das Clinicas do Acre (HC) recebeu uma equipe de técnicos da Fundação Merieux para o início das discussões sobre o projeto da construção do primeiro laboratório de virologia biomolecular do Estado de diagnóstico e pesquisa voltado para as hepatites virais.
Eles vieram acompanhados de Raimundo Paraná, hepatologista da Bahia que frequentemente está no Acre prestando consultorias na área de hepatites, e de um dos responsáveis pelo laboratório Fiocruz baiano, Andreas Stoker. Participaram também da reunião o superintendente do hospital, Carlos Eduardo, o médico infectologista Thor Dantas e arquitetos da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas (Seop).
Com o laboratório, será possível o desenvolvimento de pesquisas em sorologia para doenças endêmicas, vacinas e principalmente hepatites virais, além da possibilidade de realização de exames complexos que fazem parte da rotina hospitalar, mas que até então precisavam ser realizados fora do Estado, como de hepatite delta.
A biologia molecular tornou-se um dos mais importantes instrumentos no tratamento dos portadores de hepatites virais, pois o resultado dos exames de carga viral e genotipagem são hoje importantes no processo decisório de continuação ou suspensão do tratamento.
Segundo o médico Thor Dantas, com esse projeto “o Acre será referência para a Região Norte no que diz respeito a pesquisas e exames com essas especificações técnicas”.
O termo de cooperação para a implantação do laboratório foi assinado no dia 26 de abril deste ano, entre o governador Tião Viana e o representante da Fundação, Benoit Meribel. “Com este laboratório, os médicos vão ter ferramentas para tratar com mais eficiência as hepatites, podendo até pesquisar e descobrir a quais medicamentos determinado tipo de hepatite pode ser resistente. É um grande avanço na medicina do nosso Estado”, diz a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.
A Fundação Merieux é o setor filantrópico da holding francesa Merieux que desenvolve atividades na área de saúde. Parte dos lucros do conglomerado é destinada à filantropia, cuja principal característica é o investimento em doenças nos países em desenvolvimento. A fundação arca com as despesas de infraestrutura e compra de equipamentos e acompanha, durante três anos, em média, o funcionamento dos laboratórios. Além do Acre, apenas a Bahia foi escolhida no Brasil para receber investimentos da Fundação.
O laboratório de virologia biomolecular do Acre terá um investimento de 2,5 milhões de euros e a obra está prevista para começar ainda em setembro, ao lado do auditório do HC. A previsão é de que comece a funcionar em 2014.