O Rio Acre continua apresentando sinais de vazante em Brasileia e Epitaciolândia. Às 16 horas desta quinta-feira, 26, o nível das águas nas duas cidades chegou à marca de 13,51 metros, baixando 35 centímetros em quatro horas, o que possibilitou o início das ações de limpeza.
Homens do Corpo de Bombeiros realizaram uma operação de limpeza na ponte que liga Epitaciolândia a Brasileia e Assis Brasil para, a partir daí, verificar as condições de liberação do tráfego de veículos entre as cidades. A estimativa é de que nas próximas horas o nível do Rio Acre baixe mais ainda.
Algumas pessoas já iniciaram o processo de limpeza em imóveis comerciais, mas a Defesa Civil ainda não liberou o retorno às casas. As vítimas da alagação de Brasileia permanecem em abrigos. Com a vazante do rio, os prejuízos começam a aparecer – carros inundados, casas danificadas e muito lixo.
Ao todo, são 286 famílias abrigadas em 24 locais públicos e mais de 500 em casas de parentes e amigos. Em Epitaciolândia, são 94 famílias em cinco abrigos públicos e 265 em casa de parentes. Esse número pode ser ainda maior, uma vez que a Defesa Civil não possui o controle daqueles que saíram por conta própria.
Apoio incondicional
O governo do Estado tem garantido todo o suporte necessário aos municípios, tanto nas ações da Defesa Civil quanto na assistência direta por intermédio de mais de dez secretarias. Além de água potável, foram fornecidos 250 colchões para os desabrigados.
“Verificamos a necessidade de alguns colchões dentro dos abrigos. Então encaminhamos 150 colchões para Brasileia e 100 para Epitaciolândia. Eles serão entregues às famílias, após uma análise de quem precisa, e anotaremos o CPF do representante de cada família, para depois fazermos a prestação de contas”, afirmou Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil.
Judiciário acompanha todos os procedimentos
O promotor de Justiça Vinicius Evangelista esteve no Alto Acre representando a Procuradoria Geral do Ministério Público do Acre, no intuito de acompanhar os procedimentos realizados na região. “Viemos com uma equipe técnica que já tem certa experiência com alagações em Rio Branco, para ajudar as prefeituras e os órgãos públicos nesse processo de assistência das famílias, alimentação e colchões no momento de crise”, enfatizou Evangelista.
Na última quarta-feira, 25, a juíza de Epitaciolândia orientou a Defesa Civil a permitir o transporte de pessoas apenas em barcos utilizados pelas equipes que coordenam a assistência às famílias, para evitar acidentes, devido à forte correnteza do Rio Acre.