Membros da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (Cegra) estiveram reunidos na manhã desta terça-feira, 16, na Sala de Situação do Corpo de Bombeiros, para avaliar e finalizar as atividades realizadas pelos órgãos de proteção ao meio ambiente por meio da força-tarefa, no período de junho a setembro deste ano.
A diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Vera Reis, explica sobre a realidade ambiental do estado durante o verão amazônico e destaca a preocupação com o período de constantes e intensas chuvas.
“Tivemos um mês de julho bastante seco, do ponto de vista global, mas um agosto chuvoso, o que de certa forma amenizou as condições de seca do estado. Já na primeira quinzena de setembro, com a ausência de chuvas, o número de focos de calor se elevou bastante, coincidindo com a intensidade elevada das queimadas, o que prejudica todo o meio ambiente, sobretudo a saúde das pessoas. Atualmente, com o volume de chuvas no estado, o risco de fogo está reduzido, e para os próximos dias temos previsão de precipitações”, disse.
Ainda de acordo com Vera Reis, alguns rios do estado já estão fora do risco de estiagem, a exemplo do Rio Juruá. Devido à elevação do nível das águas, as embarcações retomaram as atividades normais. “De certa forma, ficamos mais tranquilos com relação às queimadas. A preocupação que surge é com a iminência de uma enchente no período de chuvas intensas”, completa.
Acre mantém 87% da floresta nativa
Por meio das ações da Força-Tarefa foi possível reduzir de 50 para 28 mil hectares de área desmatada, num período de 14 anos, o que representa uma redução de 66% do desmatamento em todo o Acre. Com isso o estado mantém 87% de sua floresta nativa.
As atividades se intensificam com a implementação do Plano Estadual de Prevenção e Controle de Desmatamento e Queimadas, que reúne as diretrizes que norteiam as estratégias, metas e ações do Estado no quadriênio 2017-2020, tendo como principal objetivo a redução do desmatamento ilegal e da degradação da vegetação nativa.
Nessa versão atualizada, o documento agrega as ações de controle e prevenção de queimadas e incêndios florestais, dando continuidade ao processo de implementação do Novo Código Florestal no âmbito do Cadastro Ambiental Rural (CAR), por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Projeto de Recomposição de Áreas Degradas e Alteradas (Prada).
“Temos um novo instrumento legal e institucional que é a comissão estadual de gestão integrada, a qual fica responsável pelo monitoramento e avaliações do Plano Estadual, a ideia é a proteção das nossas florestas, ocupação adequada das nossas áreas abertas com produção sustentável e o uso sustentável das nossas florestas, estamos felizes por resultados tão auspiciosos com reconhecimentos internacionais e com a possibilidade de mais recursos para continuar protegendo o meio ambiente como um todo”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente do Acre, Edegard de Deus.
Representantes de diversos órgãos de proteção ao meio ambiente participaram da reunião. Na ocasião, foram apresentados os resultados da pesquisa feita pelo professor da Universidade Federal do ABC, Dr. Thiago Morello com amostragem de quase mil pessoas no perímetro urbano e rural do estado com objetivo de contribuir para o aprimoramento de políticas públicas de redução das queimadas agropecuárias. Nas abordagens o especialista identificou a importância de se trabalhar com a mecanização.
“Por lei o produtor já tem uma limitação de queimadas, mas ao mesmo tempo os governos, sejam estaduais ou municipais, podem dar alguma alternativa para que a produção de subsistência possa ser viabilizada para que a meta ambiental seja atingida, que é também uma meta de saúde pública de manter o controle da poluição. A ideia é que esses resultados possam ser utilizados para formular políticas públicas cada vez melhor pensando no bem comum de toda a população”, destacou.