O governador Tião Viana realizou nesta quarta-feira, 19, uma coletiva de imprensa para se pronunciar em relação ao fim da greve dos professores e técnicos da Educação estadual. O movimento durou cerca de 60 dias e em seu auge atingiu 15% das escolas do Estado. Também participaram da coletiva os deputados estaduais Ney Amorim e Daniel Zen, além do secretário de Educação, Marco Brandão.
“Foi uma greve que não encontrou adesão de mais de 80% dos professores, e na capital mais de 90% não concordaram. Cabem a nós o diálogo e o caminho da superação. Infelizmente, houve um endurecimento da greve, e coube ao governo fazer a defesa dos alunos e tomar medidas a favor do ano letivo e da não perda do Enem”, disse o governador Tião Viana.
O movimento grevista recusou três propostas do governo durante este tempo. Com a categoria pedindo um aumento salarial, o governador Tião Viana sempre foi bastante claro ao informar que, devido à crise nacional e à redução dos repasses federais, um aumento seria inviável em 2015.
Ele também lembrou que somente a folha de pagamento dos servidores da Educação irá saltar de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões em 2016, com muitas conquistas da categoria junto ao governo.
As medidas anunciadas pelo governo do Estado, como o corte do ponto dos servidores em greve e a demissão dos professores provisórios longe da sala de aula há mais de 30 dias, também estão sendo revistas, com abono das faltas e não necessidade de substituições de professores.
O governo também anunciou que um novo calendário escolar está sendo construído para as escolas em greve, com o objetivo de respeitar as 800 horas letivas obrigatórias. Sábados e pontos facultativos serão usados para repor as aulas perdidas.
“Em todos os momentos buscamos a transparência das informações no sentido de dizer que estávamos estabelecendo todos os esforços possíveis das nossas equipes para que tivéssemos atividades no máximo das escolas”, ressalta o secretário Marco Brandão. Segundo ele, o foco agora está nos alunos que prestarão o Enem e a Prova Brasil.
Aleac como mediadora
O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Ney Amorim, também esteve presente e ressaltou a importância de todo o envolvimento para resolução da greve.
“A Aleac teve muito prazer em mediar esse debate. Chegou um momento que o movimento alegou que não tinha mais diálogo com o governo, nenhum entendimento e nenhuma proposta. A Assembleia se reunia com o governo e o governo demonstrava que tinha proposta e diálogo”, conta.
Já o deputado estadual Daniel Zen, líder do governo na Aleac, relata: “A Aleac se posicionou sempre como um interlocutor nessa greve. E a melhor saída, o melhor momento para dialogar, é quando você tem a normalidade da situação. As grandes conquistas da educação nos últimos anos foram todas num ambiente sadio de diálogo, nunca com radicalização. Celebramos o fim do movimento grevista no sentido se que é possível restabelecer negociações saudáveis”.