O governo do Estado, por meio do Departamento de Pavimentação e Saneamento de Rio Branco (Depasa Rio Branco), deu início ao estudo de viabilidade para exploração do Aquífero de Rio Branco, que tem capacidade para abastecer aproximadamente 800 mil pessoas anualmente.
A empresa contratada, a Hidroambiente Amazônia – Hidrogeologia e Pesquisa Ambiental, está fazendo todo levantamento geofísico para elaboração do plano de gestão do aquífero. Os principais bairros do Segundo Distrito serão avaliados. Até agora, os bairros estudados foram Santo Afonso e Rosa Linda, e ambos apresentaram resultados positivos.
Segundo o geólogo Homero Reis de Melo Junior, o objetivo é avaliar, por meio de sondagens elétricas verticais e caminhamentos elétricos (métodos científicos de investigação de água subterrânea), as camadas que têm maior potencial para abastecimento. Depois de identificadas as áreas de maior potencialidade para exploração, serão feitas as licitações e procedimentos legais para que os poços e adutoras sejam construídos. “A CPRM (Serviço Geológico do Brasil) realizou um macro estudo sobre aquífero Rio Branco, e agora nós estamos fazendo um detalhamento deste estudo, um refinamento da malha para elaborar o plano de gestão do aquífero”, explicou Homero Reis.
Como é realizado o estudo
O procedimento do estudo está sendo feito de maneira simples. A equipe técnica utiliza um equipamento com bateria, similar a de moto ou carro, conectada a um aparelho que faz a conversão quando a corrente é injetada no solo. Outro equipamento faz a leitura da diferença de potencial. Por meio da corrente elétrica e diferença de potencial é possível encontrar a resistividade aparente do solo. Todos os dados são coletados e computados. A resistividade aparente é processada no solo adequado, para que se possa encontrar a resistividade real das camadas geológicas. A resistividade do solo é a dificuldade com que a corrente dissipa na terra. O solo seco sem água, argiloso, tem a resistividade muito alta, que indica a inexistência de água no local. Onde há uma camada saturada em água, a corrente dissipa mais fácil no solo, estas áreas apresentam melhores condições para construção de poços e captação da água subterrânea.
O superintendente do Depasa Rio Branco, Felismar Mesquita, assegurou que com a exploração do aquífero a tarifa de água poderá ter uma redução significativa. “Com o estudo de viabilidade vamos ter números com bem mais precisos, mas com certeza a redução deve ser muito mais que 40% da tarifa de água. No momento o importante mesmo é saber que o Segundo Distrito, hoje, tem uma capacidade de captação de água suficiente para toda sua população, além da Cidade do Povo”, afirmou o superintendente.
Com o plano de gestão vamos poder saber a quantidade de água que podemos explorar e a quantidade de produtos químicos que vamos utilizar. Essa alternativa ajuda o nosso Rio Acre. “A partir do momento em que se faz um plano de manejo equacionando captação de água de superfície com captação de água subterrânea a gente ajuda os dois mananciais, tanto do Rio Acre quanto o aquífero. Com isso a gente melhora muito o abastecimento da cidade de Rio Branco”, frisou Mesquita.
O geofísico da empresa Hidroambiente Amazônia, Felipe Montanheiro, disse que aquíferos são reservas subterrâneas de água doce que são abastecidas pela água da chuva. E para que estes reservatórios subterrâneos sejam mantidos em bom estado é necessário evitar a super permeabilização do terreno. “Sabendo como fazer os parcelamentos do solo de maneira mais adequada para proteger os aquíferos e sempre investindo em saneamento básico, o que é importantíssimo, o estado não terá problema algum em continuar explorando esse manancial, a longo tempo, para abastecimento público e até industrial”, concluiu o Montanheiro.