Criado em dezembro de 2002 e coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com outras secretarias, o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps AD) II iniciou suas atividades em dois turnos, oferecendo 60 vagas para crianças e adolescentes de até 19 anos. O objetivo é reintegrá-los à família, comunidade e mercado de trabalho, bem como promover a redução de conflitos com a lei.
Partindo da necessidade de ampliar o atendimento aos dependentes químicos por meio de pactuações advindas do Comitê Executivo do Plano “Crack, é possível vencer” no Acre, tornou-se possível a implantação do Caps AD III, que tem capacidade para atender 40 pacientes por turno, com limite máximo de 60 por dia; acolhimento noturno, nos feriados e fins de semana, podendo o paciente permanecer por até dez dias corridos ou 14 intercalados, em um período de 30 dias.
A filosofia do Caps AD III exige condições que respeitem o indivíduo como pessoa, possibilitando sua inclusão social, profissional e familiar, ampliando as ações em saúde mental na sua intensidade e diversidade.
O indivíduo deve ter a livre escolha de optar se permanece recebendo o tratamento ou não, tendo o direito de sair quando quiser – pelos dados da instituição a evasão de pacientes é pequena.
O Caps AD III possui uma estrutura com quatro leitos masculinos e dois femininos, consultório médico, posto de enfermagem, farmácia e sala de recuperação. Trabalha na unidade uma equipe multiprofissional, com psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, médicos e enfermeiros.
Além dos atendimentos médicos e acompanhamentos a esses pacientes, várias atividades, como dança, artes e esportes, são desenvolvidas com os internados.
Nova oportunidade
Um paciente que prefere não ser identificado conta que está há cerca de uma semana em tratamento. Tinha vontade de abandonar o vício, porém, não sabia onde procurar ajuda.
“Uso drogas há uns oito anos. Comecei com álcool, depois maconha, daí para frente minha situação foi piorando. Andava como mendigo e minha família já tinha se cansado de me ajudar. Com o auxílio de minha irmã, que me trouxe até o Caps, conheci diversas histórias, iguais ou piores que a minha. Isso ajuda a perceber que não estamos sozinhos e que tem como deixar as drogas. Já tenho planos de me recuperar e voltar a trabalhar”, relata.