Objetivo é realizar ações integradas de sensibilização, fiscalização e combate os incêndios
O governo do Estado e parceiros lançaram na manhã desta sexta-feira, 2, na Unidade de Situação de Eventos Extremos, situada na sede do Corpo de Bombeiros Militar em Rio Branco, a operação Acre Vivo. A operação é uma ação do Plano Estadual de Combate a Queimadas e Incêndios Florestais, da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA).
O objetivo é realizar ações integradas de sensibilização, fiscalização e combate às queimadas de forma intensificada neste mês de setembro, quando a incidência de queimadas é maior e as chuvas diminuem consideravelmente.
O secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, abriu a solenidade destacando a importância da ação integrada com todos os órgãos ambientais do Estado, mas ressaltou que a participação da população é fundamental para o sucesso da operação. “Não são apenas os 250 técnicos e bombeiros que queremos empenhados nessa operação, e sim os 700 mil habitantes deste Estado. Vamos cada um de nós sensibilizar e orientar a população para não praticar queimadas e não desperdiçar a água”, enfatizou o secretário.
Comparando com os anos críticos de 2005 e 2010, o índice de queimadas no Acre diminuiu significativamente. Entretanto, devido às mudanças climáticas extremas que afetam o planeta, a ação do homem tem tornado a situação mais delicada. Em todo Estado, já é possível observar a fumaça tomar conta dos campos e espaços urbanos, formando espessa neblina. O nível do Rio Acre também baixou para 1,57 metro logo no início deste mês de setembro, sendo que em 2005, período de maior criticidade registrado, havia atingido apenas 1,64 metro.
Esses dados sinalizam que o teor de umidade dos solos irrigados por esta bacia já estão seriamente comprometidos, aumentando as chances de queimadas florestais incontroláveis neste período. Os resultados, nesse caso, são os enormes prejuízos para as populações que dependem dos recursos florestais e hídricos, danos irremediáveis à fauna e à flora, além de problemas para a saúde da população, principalmente crianças e idosos, que sofrem com a fumaça.
Composição da força-tarefa organizada para enfrentar as queimadas no Estado
As equipes de educação ambiental e fiscalização atuarão dia e noite, em todos os municípios do Estado.
Corpo de Bombeiros (CBMAC),o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a CIA Ambiental, a Companhia Estadual de Defesa Civil (Cedec), a Prefeitura Municipal de Rio Branco, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco (Semeia), e todas as Prefeituras Municipais do Estado do Acre.
A força-tarefa conta ainda com apoio de:
- 2 helicópteros, um do Ibama e outro do governo do Estado
- 1 avião fretado
- 16 veículos
- 5 motos
- 100 técnicos
- 150 bombeiros distribuídos em diversas equipes pelo Estado
O coronel José do Reis Anastácio, da Polícia Militar, informou que toda a corporação está envolvida nesse projeto. “Vamos trabalhar com os órgãos ambientais nos 22 municípios do Estado para combatermos as queimadas”, destacou.
Segundo o presidente do Imac, Fernando Lima, a força-tarefa é formada neste período devido à tradição de as queimadas serem feitas preferencialmente nesta época do ano. “Nós estamos aqui para somar com os nossos companheiros e avisar que no feriadão estaremos em todo o Acre para orientar, sensibilizar e autuar os infratores se for preciso”, informou Lima.
Mesmo usando procedimentos rigorosos em casos de infração, a linha de trabalho adotada pela força-tarefa também tem como prioridade esclarecer e convidar a população para aderir ao programa, ou seja, as ações de humanização vêm atreladas à fiscalização efetiva.
O Corpo de Bombeiros do Acre também está desenvolvendo a tradicional Operação Linha Fria, com o objetivo de fiscalizar, coibir e combater queimadas durante o feriado prolongado, período em que mais se queima na região. Segundo o coronel Flávio Pires, responsável pela operação, “a necessidade de se realizar um trabalho mais abrangente nesta época de intensificação de queimadas nos obriga a enviar guarnições para os municípios que não têm quartéis instalados. Nesses municípios, esses bombeiros vão atuar como gestores, colaborando com as prefeituras para ajudar a organizar brigadas eficazes contra incêndios”, conclui.