De olho nas mudanças climáticas globais e na situação do clima no Acre, o governo do Estado inaugurou no último dia 23 a Unidade de Situação de Eventos Extremos
Membros das entidades que compõem a Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA) reuniram-se na tarde desta terça-feira, 30, na Biblioteca Pública Estadual, para avaliar as ações contra as queimadas que estão sendo desenvolvidas até o momento e intensificar o trabalho de prevenção, educação ambiental, controle e combate no mês de setembro.
O major Batista, do Corpo de Bombeiros, apresentou o quadro comparativo dos focos de calor no mês de agosto dos anos mais críticos: 2005, com 11.901 focos, 2010 com 2.774 focos, e este ano do dia 1 a 30 de agosto, foram registrados 563 focos de calor. O comparativo mostra uma baixa significativa dos focos de calor.
Para o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, apesar da redução no número de queimadas em relação aos anos de 2005 e 2010, é preciso ficar atento. “Apesar do baixo número de focos de calor em agosto, ainda não estamos em uma situação confortável. Como setembro é o mês mais crítico por causa da seca e historicamente é o mês em que se registra o maior número de queimadas, vamos intensificar as ações de controle, educação e prevenção”, declarou Edegard de Deus.
Segundo o professor da Ufac, Foster Brown, as condições climáticas na terra estão mudando, tornando a situação atual ainda mais perigosa do que anteriormente. “Hoje em dia temos muito mais dados do que tínhamos no passado, mas as previsões não são consistentes”, afirmou Brown.
Outro fator preocupante é o acúmulo de chuvas e o nível do Rio Acre, que banha sete municípios do estado, Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Capixaba, Senador Guiomard, Rio Branco e Porto Acre. O rio atingiu o nível mais baixo dos últimos 40 anos, 1,57m. É um dado preocupante, mesmo com a redução de focos de calor.
Mudanças Climáticas Globais
De olho nas mudanças climáticas globais e na situação do clima no Acre, o governo do Estado inaugurou no último, 23, a Unidade de Situação de Eventos Extremos, situada na sede do Corpo de Bombeiros Militar, na Estrada do Amapá. A Unidade trabalha no monitoramento das incidências de focos de queimadas no Acre, fomentando e orientando para a realização de ações preventivas necessárias, em concordância com as estratégias traçadas pela Comissão Estadual de Riscos Ambientais, sob a Coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
A Unidade de Situação reúne cerca de 36 entidades governamentais, com participação intensa das secretaria estadual de meio ambiente e secretaria de meio ambiente de Rio Branco, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Unidade Central de Geoprocessamento da Funtac, Imac, IMC e Ministério Público Estadual.
A Unidade fornece as informações para que os órgãos ambientais realizem um importante trabalho de sensibilização, fiscalização e combate, com o objetivo de orientar e educar a população do quanto é prejudicial ao meio ambiente e à saúde a prática das queimadas.
Segundo a assessora da secretaria de Saúde, Adriana Evangelista, no período de seca e queimadas o número de notificações por doenças respiratórias aumentam muito. "Os mais prejudicados com a fumaça das queimadas são os idosos e as criançasque têm menor resistência no organismo”.
Inovações no combate às queimadas
De acordo com a representante da Semeia, Márcia Oliveira, a secretaria está trabalhando com inovações no monitoramento e na conscientização e educação ambiental. “Estamos com uma equipe desenvolvendo o trabalho de educação ambiental nos bairros onde ocorre o maior número de denúncias de queimadas, Distrito Industrial e no Segundo Distrito. Além das equipes de fiscalização dos turnos manhã e tarde, estamos trabalhando com agentes que fazem o monitoramento noturno” informou Oliveira.
A representante da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Eneide Fernandes, informou que estão realizando trabalhos alternativos ao uso do fogo. “A Seaprof vem desenvolvendo vários trabalhos alternativos ao uso do fogo como: o manejo dos lagos, com a construção de tanques e o apoio ao cultivo da piscicultura; as cem casas de vegetação que serão construídas em regime de mutirão onde os produtores rurais receberão assistência técnica e orientação para a produção de forma natural e orgânica; e o Programa de Certificação da Propriedade” enfatizou Fernandes.
O Imac, Ibama e o Pelotão Florestal vêm trabalhando intensamente na fiscalização das queimadas nas áreas rurais. O Corpo de Bombeiros tem atendido nos últimos dias inúmeras chamadas para o combate às queimadas na cidade e no campo.
Governo intensifica ações contra as queimadas
Uma força-tarefa formada por equipes do Instituto de meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretarias estadual, e municipais de Meio Ambiente, Polícia Militar e Corpo de Bombeiroinicia na próxima sexta-feira, 2 de setembro, uma mega operação com o objetivo de combater as queimadas urbanas e rurais no estado.
A força-tarefa conta com apoio de dois helicópteros, um do Ibamae do governo do Estado, um avião, carros, barcos e equipamentos para apagar o fogo. As equipes atuarão dia e noite, em todos os municípios de acre. A operação será coordenada com o apoio da Unidade de Situação de Eventos Extremos, através do sistema de monitoramento dos focos de queimadas.
A ação da força-tarefa acontece nesse período devido à tradição de realizarem queimadas urbanas e rurais, nesta época do ano. O governo do Estado através de todos os órgãos engajados na preservação do meio ambiente pede a colaboração de toda a população para não atear fogo na floresta e nos quintais e preservar os recursos hídricos, não desperdiçando água.
Denúncias nos seguintes telefones:
Imac: 3224-5797 e 9985-7060
Semeia: 3228-5765 e 3228-3326
Corpo de Bombeiro Militar: 3224-1616
