Governo federal e estadual intensificam atendimento aos imigrantes em Brasileia

A meta dos governos federal e estadual é estabilizar o fluxo de imigrantes haitianos (Foto: Angela Peres/Secom)

A meta dos governos federal e estadual é estabilizar o fluxo de imigrantes haitianos (Foto: Angela Peres/Secom)

O sábado, 13, em Brasileia amanheceu com muito trabalho para regularizar os imigrantes. A meta dos governos federal e estadual é estabilizar o fluxo de haitianos na cidade, desestimulando a vinda para o Brasil pela Estrada do Pacífico e regularizando os que já estão no Acre ou em trânsito.

Para isso foi montado uma força-tarefa conjunta entre os dois governos, com apoio do município. As ações já começaram nas primeiras horas de sábado e se estendem, previamente, até a próxima terça-feira, 16, podendo se prolongar.

Em reunião, nesta manhã, entre a comitiva federal, chefiada por Paulo Abrão, secretário Nacional de Justiça, e representantes do governo estadual, Abrão afirmou que o tratamento aos imigrantes haitianos faz parte do compromisso do Estado brasileiro com o Haiti e seu povo. “Compromisso que envolve atividades, não apenas de cooperação aqui no Brasil, mas também um vínculo de atividades no território haitiano”, diz o secretario Nacional de Justiça.

Abrão afirmou que o tratamento aos imigrantes haitianos faz parte do compromisso do Estado brasileiro com o Haiti (Foto: Angela Peres/Secom)

Abrão afirmou que o tratamento aos imigrantes haitianos faz parte do compromisso do Estado brasileiro com o Haiti (Foto: Angela Peres/Secom)

Um dos objetivos dessa força-tarefa é também observar, in loco, as condições de abrigo, saúde e infraestrutura da cidade de Brasileia para receber, com dignidade, aqueles que escolhem o Brasil para um novo recomeço. 

Uma equipe do Ministério da Saúde visitou os atendimentos de saúde oferecidos aos imigrantes.  No Posto de Saúde Tufi Mizael, próximo ao abrigo, e primeiro ponto de saúde procurado, a equipe constatou que 18 haitianos são atendidos por dia. E apontam a importância da retirada da carteira do SUS, para que sejam acompanhados em todo o território brasileiro.

Uma equipe do Ministério da Saúde visitou os atendimentos de saúde oferecidos aos imigrantes (Foto: Angela Peres/Secom)

Uma equipe do Ministério da Saúde visitou os atendimentos de saúde oferecidos aos imigrantes (Foto: Angela Peres/Secom)

Outro grupo, formado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, esteve no abrigo que aloja, atualmente, 1.300 pessoas, mesmo tendo capacidade para apenas 200. 

Ações continuam no fim de semana

O governo do Estado, em parceria com a Secretaria de Saúde de Brasileia, realizou testes de DSTs e Hepatites, além da vacinação para todos que estão no abrigo. O programa Saúde Itinerante do Estado realizou atendimento completo às grávidas, que estima serem 30. Jakie foi uma das que procuraram o serviço, fez ultrassonografia, atendimento ginecológico e exames laboratoriais, “um pré-natal completo”, diz a enfermeira Kely Nunes.

Jakie foi uma das que procuraram o serviço, fez ultrassonografia, atendimento ginecológico e exames laboratoriais (Foto: Angela Peres/Secom)

Jakie foi uma das que procuraram o serviço, fez ultrassonografia, atendimento ginecológico e exames laboratoriais (Foto: Angela Peres/Secom)

Na escola Kairala José Kairala, foram feitas as fotografias para as carteiras de trabalho que serão emitidas já em Brasileia, uma novidade trazida pela força-tarefa. Com isso os haitianos não precisarão ir a Rio Branco para a emissão documento.

O processo de emissão do protocolo de solicitação de refugio para, em seguida, a retirada dos documentos como CPF, Carteira de Trabalho e o visto permanente para os haitianos também foi reforçado e continua no fim de semana. Na última quinta-feira, 11, a Polícia Federal reforçou seu contingente, o que resultou na emissão 200 protocolos.

Situação de crise

Na última semana pode-se acompanhar uma elevação significativa de imigrantes entrando no Brasil pelo Acre, no que culminou na situação crítica de 1.300 pessoas em um espaço para apenas 200, e sem infraestrutura para um acolhimento humanitário.

Num cenário que o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, afirma de forma enfática “o governo do Estado não tem mais condições de manter”. Já foram gastos, desde 2010, 3 milhões de reais por parte do Estado, sendo que 6.500 imigrantes passaram pelas ruas de Brasileia.

O secretário diz “se decidirem abrir a fronteira, o governo federal terá que nos dar condições realmente humanitárias de acolher esses imigrantes. Precisamos de um espaço adequado e de corpo técnico preparado, especialmente, para questões de imigração”. Mourão cobra uma política permanente para essa questão, para que o Acre nem os imigrantes que aqui chegam sofram com uma nova crise desse porte.

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