Governo e empresários criam o Complexo Industrial de Peixes da Amazônia

Empresa de sociedade anônima vai gerenciar a cadeia produtiva do peixe no Acre

reuniao_projeto_peixa_foto_gleilson_miranda_02.jpg

O secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Acre, Edvaldo Magalhães, afirmou que a cadeia do peixe vai gerar em torno de 1,2 mil empregos diretos e outros 12 mil indiretos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A tarde desta quarta-feira, 20, vai ficar na história da produção rural e industrial no Acre. Governo, iniciativa privada e terceiro setor fundaram o Complexo Industrial de Peixes da Amazônia (Peixe da Amazônia SA). A instituição nasce com 16 investidores e um capital inicial de R$ 7,5 milhões, só de cota de acionistas. Ela vai gerenciar uma das maiores cadeias produtivas do Estado, a cadeia do peixe, que vem recebendo investimentos dos governos federal e estadual.

O ato de fundação aconteceu durante reunião dos investidores realizada na sala de reuniões do Escritório de Governo, na Avenida Brasil. No encontro foram discutidos e aprovados o estatuto e o acordo de acionistas, instrumentos legais que dão vida à instituições do tipo.

Cada investidor entra com R$ 500 mil, sendo que, no ato da adesão, paga um valor de R$ 50 mil. O restante deve ser pago em dez parcelas de R$ 50 mil. Os 16 acionistas são o próprio governo do Estado – maior investidor -, empresários, produtores rurais do ramo de piscicultura e quatro cooperativas de pequenos produtores. Para participar da empresa, as cooperativas estão recebendo o apoio do governo do Estado, que está custeando a cota de cada uma delas. O governo trabalha para que as cooperativas de pequenos produtores tenham um total de 25% das ações da empresa.

A indústria contará com um frigorífico especializado em peixes, um centro de produção de alevinos e uma fábrica de ração. Os governos federal e estadual estão investindo mais de R$ 50 milhões nessa cadeia produtiva. A expectativa é a de que, em quatro anos, a produção salte das atuais cinco mil toneladas/ano para 20 mil toneladas. Esse total, no entanto, deve ser superado após esse período e o governo prevê que a capacidade de produção chegue a mais de 100 mil toneladas/ano. Se isso acontecer, o Acre deve responder por cerca de 20% da produção de peixe no Brasil, haja vista que o país produz cerca de 500 mil toneladas por ano.

“O Acre deve se tornar, em breve, o endereço do peixe de água doce no Brasil”, afirmou o governador Tião Viana em recente encontro com os acionistas.

O governo vem desenvolvendo uma série de atividades voltadas para tornar essa afirmação realidade. Até  o fim do mandato, Tião Viana espera ver construídos mais de cinco mil tanques para a criação de peixes. Só nesses primeiros meses de mandato, mais de 50 já foram construídos numa parceria do governo com os produtores.

Raimundo de Souza da Silva, presidente do Sindicato dos Extrativistas e Assemelhados de Rio Branco (Sinpasa) e diretor de Articulação da Transfica – cooperativa de produtores de peixes que reúne associados do ramal Benfica e rodovia Transacreana -, disse que os pequenos produtores estão otimistas e empolgados com a indústria.

“O governador Tião Viana foi muito feliz ao já começar o governo dele implantando essa cadeia produtiva no Estado”, disse Silva. Ele argumenta que essa era uma antiga reivindicação dos produtores acreanos. A partir de agora, vai ser possível ampliar a produção e ter um lucro bem maior com a venda no mercado interno e a exportação do pescado.

“A indústria Peixe da Amazônia SA vai gerar mais emprego para o Estado e melhorar a vida dos nossos trabalhadores. Estamos muito confiantes e otimistas com esse projeto”, completou o presidente do Sinpasa.

O secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Acre, Edvaldo Magalhães, afirmou que a cadeia do peixe vai gerar em torno de 1,2 mil empregos diretos e outros 12 mil indiretos.

Magalhães, no entanto, afirma que o mais importante do projeto que criou a Peixe da Amazônia SA é o interesse da iniciativa privada, que, bem antes de ter as fundações físicas da empresa firmadas, vêm investindo para sua concretização. “Isso só se consegue com credibilidade”, disse o secretário. “Antes, o governo construía o negócio e ficava suplicando para saber quem queria participar. Aqui está acontecendo o contrário – a iniciativa privada está colocando dinheiro no negócio muito antes de ter até o terreno para construir as unidades da empresa.”

O secretário afirmou que essas unidades devem ter a construção iniciada a partir do mês de junho. A empresa deve entrar em funcionamento em junho de 2012.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter