Para reduzir os impactos de eventos extremos, como uma possível estiagem prolongada para os próximos meses, o governo do Acre, por meio da Defesa Civil do Estado, elaborou um Plano de Contingência que inclui os planos dos municípios e de todas as secretarias estaduais.
Em retrospectiva, no início de 2023, cinco municípios, incluindo a capital Rio Branco, decretaram situação de emergência em decorrência das inundações. Em seguida, devido ao fenômeno conhecido por El Niño, o governo do Estado promulgou o Decreto n° 11.338, declarando a existência de circunstância anormal, caracterizada como situação de emergência, por conta de uma das secas mais severas, que atingiu os 22 municípios do estado.
Em março de 2024, o governador Gladson Cameli decretou emergência em 19 dos 22 municípios devido às enchentes, que em três municípios apresentaram cotas históricas: o Rio Tarauacá, no Jordão; o Rio Purus, em Santa Rosa do Purus; e em Brasileia. Na capital, ocorreu a segunda maior inundação já registrada, onde mais de 140.000 pessoas foram afetadas.
O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, afirma que, com a vazante do Rio Acre, no final do mês de março, começaram as primeiras reuniões de monitoramento e foi percebida a baixa vazão do Rio Acre na capital, com cotas que foram as menores dos últimos 10 anos.
“Verificou-se, também, segundo os dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), uma redução de 49% de chuvas aqui na bacia do Rio Acre, principalmente na região de Rio Branco, o que fez com que o nível do rio continuasse muito baixo; e a tendência para o mês de junho é que continuem baixas”, ressalta o coordenador.
Esse cenário gera prejuízos tanto na agricultura, quanto na pecuária, piscicultura e no abastecimento de água potável, principalmente nas localidades onde a captação de água é feita com poços artesianos. Ocorrem problemas também naqueles locais onde a captação é feita em igarapés, como a situação do ano passado em Epitaciolândia.
“Desde o ano passado, o Comitê de Crise do governo do Estado vem fazendo reuniões semanalmente, e as secretarias estaduais vêm buscando soluções para reduzir os efeitos de uma estiagem mais prolongada. As secretarias também elaboraram seus planos de contingência, voltados para uma estiagem mais prolongada, juntamente com as coordenadorias municipais de Defesa Civil, e encaminharam para a Defesa Civil Estadual seus planos em relação aos incêndios florestais, à prevenção e ao combate aos incêndios florestais e queimadas urbanas”, conclui o coronel Carlos Batista.