O governo do Acre, por meio da Escola da Floresta Roberval Cardoso, do Instituto Dom Moacyr, iniciou nesta segunda-feira, 2, os cursos Técnicos em Florestas e Técnico em Agroecologia.
São 60 educandos – 30 para o Curso Técnico em Florestas e 30 para o Curso Técnico em Agroecologia. As vagas foram destinadas a jovens e adultos das famílias beneficiárias dos projetos de assentamento criados ou reconhecidos pelo Incra e do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC) e distribuídas entre vários municípios acreanos: Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano, Senador Guiomard, Rio Branco, Porto Acre Plácido de Castro, Bujari, Capixaba, Assis Brasil, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia e Acrelândia.
Os cursos foram viabilizados pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que tem como objetivo promover qualificação profissional aos jovens e adultos beneficiários do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), melhorando assim o desenvolvimento dos assentamentos rurais por meio da formação e qualificação dos beneficiários.
Ambos os cursos terão duração de 1.500 horas. Eles serão ofertados em período integral, com regime de residência, ou seja, os educandos passam a morar na Escola da Floresta enquanto estudam, alternando períodos na escola com períodos nas comunidades onde vivem.
A aula inaugural reuniu os diversos parceiros que viabilizaram o curso. Para o diretor-presidente do Instituto Dom Moacyr, Marco Brandão, “podemos dizer que este trabalho se iniciou lá atrás, com a luta do governo para implantar escolas públicas na zona rural. Nesse período eu trabalhava na Ufac e participei desse processo. Com certeza, se não houvesse escolas públicas no campo, muitos de vocês não poderiam estar aqui, com ensino médio completo, ingressando em um curso técnico. Não se faz nada sem superação e sem sacrifício, e no que depender de nós, do IDM, vamos estar aqui para poder auxiliar e orientar”, disse.
Para Noel Chaves, representante do Incra, cursos como os ofertados pela Escola da Floresta são de extrema importância para a sociedade: “Sem educação é impossível fazer reforma agrária”, afirmou.
Silmara Luciano, coordenadora da Escola da Floresta, falou sobre a importância de uma educação de qualidade: “Queremos construir uma educação humana e humanizada. Sabemos que o regime de internato utilizado pela escola é um desafio, mas sabemos também que traz muitos bons frutos, convergindo com os interesses de desenvolvimento de uma verdadeira comunidade”.
Durante a solenidade, os novos educandos da escola também se pronunciaram. Joice Gomes de Souza veio do Assentamento São Gabriel, de Capixaba, para fazer o Curso Técnico em Agroecologia. Para ela, “é preciso aprender a cuidar da nossa terra com sustentabilidade, de verdade. Não é só falar em sustentabilidade, mas praticar mesmo. É muito importante levar o conhecimento que vamos ter aqui para dentro de nossas comunidades. Quero agradecer a oportunidade de estar fazendo este curso”.
Ainda este mês a Escola da Floresta deve receber novas turmas de educandos para os Cursos Técnicos em Florestas e em Agroecologia.